Advogado diz que motorista viajou para fora de Portugal às ordens de Sócrates
Ricardo Candeias garante, em entrevista à RTP, que o seu cliente só cumpriu “ordens” do ex-primeiro-ministro.
A julgar pela forma como declinou comentar as declarações de Araújo, à TVI, Candeias está convencido de que essa viagem não terá sido, como o advogado de José Sócrates sugeriu, apenas para ir “a Badajoz fazer a revisão do carro”.
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A julgar pela forma como declinou comentar as declarações de Araújo, à TVI, Candeias está convencido de que essa viagem não terá sido, como o advogado de José Sócrates sugeriu, apenas para ir “a Badajoz fazer a revisão do carro”.
A tese de Candeias é simples: “O João Perna ignora, de todo, que tenha havido transporte de dinheiro. Ignora porque exerceu as suas funções de motorista e fê-lo às ordens de alguém que era ex-primeiro-ministro.”
Questionado, acrescentou ainda que em qualquer cenário não existe razão para acusar o seu cliente: “Poderá não haver transporte de dinheiro e havendo transporte ele poderia não saber o que transportava”. Ou seja, o advogado pretende afirmar que em qualquer situação, haja ou não “transporte de dinheiro” (uma das questões centrais para a acusação), João Perna nunca poderia ser acusado precisamente porque desconhecia esse facto.
O advogado anunciou que pretende recorrer das medidas de coacção aplicadas ao seu cliente. O juiz Carlos Alexandre já autorizou, por proposta do Ministério Público, que a prisão preventiva fosse substituída por prisão domiciliária - uma decisão que aguarda apenas um parecer técnico para ser cumprida.
Recorde-se que Ricardo Candeias não foi o primeiro advogado do motorista neste processo, uma vez que o patrocínio jurídico inicial, durante o interrogatório realizado pelo juiz Carlos Alexandre, pertenceu a um advogado do escritório de Daniel Proença de Carvalho, que é advogado de José Sócrates noutros processos.