Turquia pede prisão do imã rival de Erdogan

Fethullah Gülen vive nos EUA e é considerado pelo Presidente turco o líder de uma conspiração contra si.

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Fethullah Gülen vive nos EUA desde 1998 SELAHATTIN SEVI/AFP

Este é o passo mais ousado na ofensiva de Erdogan lançada nos últimos dias contra sectores dos media ligados a Gülen, defensor da modernização do islão, que construiu a sua influência graças a uma rede de escolas e universidades que formaram boa parte da moderna elite turca e tem um especial peso na justiça e na polícia.

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Este é o passo mais ousado na ofensiva de Erdogan lançada nos últimos dias contra sectores dos media ligados a Gülen, defensor da modernização do islão, que construiu a sua influência graças a uma rede de escolas e universidades que formaram boa parte da moderna elite turca e tem um especial peso na justiça e na polícia.

A 14 de Dezembro foram presos o director de um importante jornal diário ligado a Gülen, o Zaman, e o director do grupo de televisão Samanyolu, bem como outras figuras ligada aos media, criticadas pela União Europeia.

Mas nesta semana foram também anulados processos por corrupção iniciados em Dezembro do ano passado contra 53 pessoas, que chegaram a membros do Governo e figuras importantes da administração de Erdogan. O dinheiro apreendido na casa do filho do ex-ministro do Interior Muammer Güler (cerca de 300 mil euros) e 1,5 milhões de euros descobertos dentro de caixas de sapatos na casa de Süleyman Aslan, ex-director geral do banco Halkbank, confiscados na altura, vão ser-lhes devolvidos – e com pagamento de juros, noticia o jornal turco Hürriyet, na sua edição online em inglês.

Estes processos foram considerados a grande ofensiva dos sectores que apoiam Gülen contra Erdogan. Agora, está-se a assistir à resposta de Erdogan, que acusa o ex-aliado de conspirar para o derrubar.

Mas colocar a disputa no plano internacional não será o mais benéfico para Erdogan. As relações da Turquia com os Estados Unidos, que teriam de extraditar Gülen, já não são as melhores, tanto pelo discurso nacionalista do agora Presidente turco como pelas posições turcas sobre a guerra na Síria, nem sempre as mais satisfatórias para os EUA.