Direcção-Geral do Património compra pintura de Vieira Portuense para Arte Antiga
Parece mesmo que o Natal chegou à Direcção-Geral do Património Cultural. Terceira aquisição anunciada em quatro dias. Haverá mais?
A obra, um óleo sobre tela de 101X126,5cm, terá sido provavelmente executada em Viena, e foi comprada pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) a 15 de Dezembro num leilão da Cabral Moncada, por 25 mil euros (a obra não foi arrematada, o que permitiu ao Estado adquiri-la pela sua base de licitação). O mesmo leilão em que o Estado também comprou um centro de mesa que pertenceu à baixela da rainha D. Maria Pia, e cujo paradeiro se ignorava há mais de um século, e ainda um raro retrato de Columbano Bordalo Pinheiro, a que serviu de modelo a mulher do artista, Emília.
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A obra, um óleo sobre tela de 101X126,5cm, terá sido provavelmente executada em Viena, e foi comprada pela Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) a 15 de Dezembro num leilão da Cabral Moncada, por 25 mil euros (a obra não foi arrematada, o que permitiu ao Estado adquiri-la pela sua base de licitação). O mesmo leilão em que o Estado também comprou um centro de mesa que pertenceu à baixela da rainha D. Maria Pia, e cujo paradeiro se ignorava há mais de um século, e ainda um raro retrato de Columbano Bordalo Pinheiro, a que serviu de modelo a mulher do artista, Emília.
O Vieira Portuense está destinado ao MNAA, ao passo que o centro de mesa vai para o Palácio Nacional da Ajuda e o retrato de Columbano para o Museu do Chiado.
No comunicado de imprensa em que torna pública a compra deste Vieira Portuense, cuja data é incerta (1797?), a DGPC define-a como “obra basilar no percurso internacional” do artista. Viena surge, explica o mesmo documento, na viagem que o pintor faz de Itália a Londres, onde expõe em 1798, na Royal Academy of Arts, Leda e o Cisne, outra tela de temática mitológica, que é considerada o par de Narciso na Fonte.
Sublinhando o facto de a obra agora comprada ser “muito importante para o património nacional e para a história da pintura portuguesa no período do neoclassicismo e do pré-romantismo”, o comunicado da DGPC faz notar ainda que esta aquisição permite a reunião de um díptico, já que o MNAA tem Leda e o Cisne na sua colecção desde 1908.
O museu possui ainda no seu acervo quatro estudos preparatórios para Narciso na Fonte e “uma rara gravura” do italiano Francesco Bartolozzi e do suíço Benjamim Comte que reproduz na íntegra a composição.
Leda e o Cisne terá sido executada em 1798 e deverá agora ser exposta ao lado de Narciso na Fonte, nas renovadas galerias de pintura portuguesa que o MNAA prevê abrir no piso 3, no primeiro trimestre do próximo ano.
Neste momento, o museu de Arte Antiga tem patente, na sua Sala do Mezanino, uma pequena exposição que evoca a obra de Francisco Vieira. Il Celere Pittore (até 8 de Março de 2015) centra-se na actividade do artista entre 1794 e 1796, período em que trabalhou na prestigiada corte ducal de Parma, pode ler-se no site do museu, cuja nova versão foi hoje oficialmente apresentada. As obras gráficas que mostra foram executadas com a colaboração de Giambattista Bodoni, importante impressor e tipógrafo italiano, a quem se deve a divulgação pela Europa da obra de alguns dos mestres da pintura clássica. Bodoni está, por sua vez, representado noutra exposição que o MNAA agora dedica à colecção do editor e designer Franco Maria Ricci.