Greve na Refer faz parar comboios em todo o país

Sindicatos dizem que adesão à greve é de quase 100%. Apenas os serviços mínimos estão assegurados.

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Sindicatos contestam a fusão da Refer com a Estradas de Portugal Paulo Ricca (arquivo)

José Manuel Oliveira, dirigente da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), disse ao PÚBLICO que apenas estão garantidos os serviços mínimos definidos pelo Conselho Económico e Social, “e é se se conseguirem assegurar”, sublinhou. “A adesão estará perto dos 100%, tendo em conta os trabalhadores que estão requisitados para os serviços mínimos de acordo com a lei da greve”, acrescentou.

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José Manuel Oliveira, dirigente da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), disse ao PÚBLICO que apenas estão garantidos os serviços mínimos definidos pelo Conselho Económico e Social, “e é se se conseguirem assegurar”, sublinhou. “A adesão estará perto dos 100%, tendo em conta os trabalhadores que estão requisitados para os serviços mínimos de acordo com a lei da greve”, acrescentou.

A paralisação afecta a circulação de comboios de passageiros e de mercadorias da CP, tal como as ligações da Fertagus, já que toda a infra-estrutura ferroviária é gerida pela Refer. Sem comboios, o trânsito nas ligações a Lisboa agravou-se ao início da manhã, nomeadamente, nos acessos à ponte 25 de Abril.

Uma fonte da CP adiantou hoje à agência Lusa que apenas 17 dos 62 comboios programados circularam entre a meia-noite e as 6h00. Os serviços mínimos, que podem ser consultados no site da transportadora, abrangem as ligações do Alfa Pendular, Intercidades e Internacional, do regional e urbanos de Coimbra e dos urbanos do Porto e de Lisboa.

No caso da Fertagus, a empresa avança na sua página que a greve “está a afectar a normal circulação de comboios” e também detalha as ligações asseguradas.

Os sindicatos contestam a fusão com a Estradas de Portugal (EP) anunciada pelo Governo, “que nunca se dignou a discutir as suas ideias com os trabalhadores”. “Queremos mostrar o grande descontentamento dos trabalhadores da Refer e chamar a atenção da opinião pública que estamos perante uma medida que não irá resolver problemas dos caminhos-de-ferro nem da Refer. Pelo contrário, esta medida vai gerar mais desemprego e custos para o país”, disse José Manuel Oliveira.

Por seu lado, numa nota publicada quarta-feira no seu site, a comissão nomeada pelo Governo para dar avanço à fusão com a EP defende que a operação tem como meta reduzir custos operacionais e valorizar os activos, além de aumentar os “benefícios capturados através de soluções comerciais conjugadas e potenciação de serviços conjuntos”. As vantagens, continua o comunicado, serão incluídas num memorando explicativo “de acordo com os calendários estabelecidos”. “A fusão da Refer e da EP permitirá criar a maior empresa nacional em volume de activos”, sublinha.  

A greve de 24 horas dos trabalhadores da Refer segue-se à paralisação dos trabalhadores do Metro de Lisboa, que quarta-feira provocou o encerramento de todas as estações.