Arquitectos portugueses vencem concurso na Suíça

Os gabinetes de arquitectura Craft e Figueiredo-Pena, sediados no Porto, receberam o primeiro lugar no concurso público destinado a ampliar uma residência sénior na Suíça

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O objectivo era criar um projecto para a ampliação de uma residência sénior na Suíça. Cinco arquitectos portugueses dos gabinetes Craft e Figueiredo-Pena participaram e, juntamente com um gabinete suíço, arrecadaram no início de Dezembro o primeiro lugar no concurso público de arquitectura para a Residência Médico-Social “Berges du Léman”, localizada em Vevey, Suíça.

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O objectivo era criar um projecto para a ampliação de uma residência sénior na Suíça. Cinco arquitectos portugueses dos gabinetes Craft e Figueiredo-Pena participaram e, juntamente com um gabinete suíço, arrecadaram no início de Dezembro o primeiro lugar no concurso público de arquitectura para a Residência Médico-Social “Berges du Léman”, localizada em Vevey, Suíça.

O concurso foi promovido pela Fondation Claire Magnin, uma instituição suíça que centra a sua actividade na gestão e criação de residências seniores. “Esta fundação decidiu ampliar uma das suas residências - "Les Berges du Léman" – e para o fazer recorreu a um concurso público para procurar o melhor projecto”, conta ao P3 Tiago Figueiredo, arquitecto da Figueiredo-Pena.

“A fundação tem um hotel do século XIX, com cerca de 80 quartos e depois a parte em comum: refeitórios, enfermarias, zonas de estar, etc. A população está a envelhecer na Europa e, portanto, sentiram a necessidade de aumentar o número de quartos e melhorá-los, isto é, eles têm quartos individuais e duplos, alguns com casas-de-banho, outros sem e queriam que todos funcionassem como “suites”, cada um com casa-de-banho e que os quartos passassem a ser individuais. Portanto, aumentar o número de quartos e, ao mesmo tempo, a qualidade do serviço prestado”, explica.

O projecto dos dois gabinetes do Porto, em conjunto com o gabinete suíço, contempla um novo edifício com 3200 metros quadrados e propõe um total de cerca de 100 quartos. Mas, como reforça o arquitecto portuense “mais do que aumentar a residência em número de quartos”, o objectivo é “aumentar a qualidade de serviço”. A ampliação do projecto está estimada em 10 milhões de francos suíços (o equivalente a mais de 8 milhões e 300 mil euros). A concretização será financiada pela fundação, que deverá recorrer também a apoios do estado suíço, como adianta Tiago. “Futuramente, se a ampliação correr bem, vamos fazer a recuperação do edifício [já existente]”, acrescenta.

Partindo de um edifício já existente e com “uma linguagem do século XIX”, o projecto vencedor conjunga diferentes estilos arquitectónicos. “Quando escolhemos este concurso, uma das coisas que nos interessava era fazer uma abordagem de arquitectura numa relação com um edifício pré-existente. É uma questão sempre mais difícil do que ter a folha em branco e um terreno em que se possa trabalhar à vontade”, afirma Tiago, acrescentando que a ampliação de um dos extremos do edifício é composta por “uns alçados que vão buscar as proporções e alinhamentos do edifício anterior”. A ideia não é, portanto, a de “ruptura”, mas de “sintonia” entre “os métodos construtivos e desenhos de arquitectura de hoje, com o que há ao lado”.

O projecto vencedor resulta da parceria entre três gabinetes de arquitectura: dois portugueses (Craft e Figueiredo-Pena) e um suíço (Compago), porque “estes projectos requerem sempre um gabinete no terreno”, justifica Tiago. Ao todo são sete pessoas envolvidas, com idades compreendidas entre os 27 e os 42 anos. Entre eles, estão cinco portuenses, os únicos portugueses a participar. Dos 20 projectos a concurso, “o trio” arrecadou o primeiro lugar e recebeu como prémio 42 mil francos suíços (aproximadamente 35 mil euros), destinados a investir nos respectivos gabinetes.

Estas são as primeiras distinções a nível internacional dos dois gabinetes do Porto. Tiago Figueiredo afirma que foi há um ano atrás que, juntamente com Tiago Coelho, arquitecto da Craft, decidiram participar em concursos no estrangeiro. “Vimos que não havia grande futuro cá. Não há concurso públicos em Portugal, nem na Península Ibérica e temos de ir lá para fora”, constata.