Livro explica como combater carências de iodo através da alimentação
Comer mais peixe e produtos do mar e usar apenas sal iodado são algumas das soluções para as carências de iodo.
A Direcção-Geral da Saúde (DGS) está de tal forma preocupada com a carência de iodo na população portuguesa que decidiu elaborar um pequeno livro em que explicita quais são as quantidades diárias recomendadas deste elemento e as melhores formas de as obter. Comer mais peixe e produtos do mar e consumir sal iodado em vez do sal comum são as melhores soluções para combater as carências deste elemento, explicam os autores da publicação Iodo – Importância para a Saúde e o Papel da Alimentação que está disponível desde esta segunda-feira no blog Nutrimento do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS.
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A Direcção-Geral da Saúde (DGS) está de tal forma preocupada com a carência de iodo na população portuguesa que decidiu elaborar um pequeno livro em que explicita quais são as quantidades diárias recomendadas deste elemento e as melhores formas de as obter. Comer mais peixe e produtos do mar e consumir sal iodado em vez do sal comum são as melhores soluções para combater as carências deste elemento, explicam os autores da publicação Iodo – Importância para a Saúde e o Papel da Alimentação que está disponível desde esta segunda-feira no blog Nutrimento do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da DGS.
“Através de trabalhos científicos recentes constatámos que um número significativo de crianças portuguesas e a maioria das mulheres grávidas no nosso país não ingeriam o iodo suficiente. A deficiência de iodo grave na mãe tem sido associada a malformação congénita e partos prematuros e na criança a atraso mental. Para prevenir esta situação é necessário um trabalho profundo a curto e médio prazo e muita informação para a população”, justificam.
Em Portugal, apesar de os dados disponíveis ainda serem escassos, são suficientes “para despertarem preocupação, uma vez que apontam para uma carência em iodo muito expressiva e generalizada ao longo do país e ilhas”, defendem. As carências são conhecidas desde há algum tempo. Um estudo de base populacional divulgado em 2010 (com uma amostra de 3631 grávidas em 17 maternidades do interior, litoral e regiões autónomas) permitiu perceber a real dimensão do problema: 83% das mulheres tinham valores de iodo inferiores aos recomendados.
As necessidades diárias de iodo variam ao longo da vida, sendo mais elevadas nas grávidas (200 microgramas/dia) e nos lactantes (175), até porque este elemento é essencial para o desenvolvimento adequado do sistema nervoso central, mas também as crianças, os adolescentes e os adultos necessitam de iodo, especificam.
Como em Portugal a quantidade de iodo não está rotulada na embalagem dos alimentos, os autores do livro dão uma ajuda, sublinhando que os alimentos ricos em iodo são os peixes, os crustáceos e as algas e que o alimento “fortificado” é o sal iodado (20-40 mg de iodo por quilo de sal). A Organização Mundial de Saúde recomenda, aliás, há mais de duas décadas a fortificação universal de sal com iodo, uma medida de baixo custo e elevada eficácia, mas que ainda não se concretizou em Portugal.
Relativamente às quantidades de iodo necessárias, explicam que um adulto saudável precisa de 150 microgramas por dia, quantidade que pode obter, por exemplo, “com dois gramas de sal iodado e uma dose de bacalhau”. Perceber se alguém tem ou não carências de iodo implica fazer um teste para avaliar a concentração na urina (iodúria) e os valores de referência estão também especificados na publicação.
Entretanto, em 2013, a DGS avançou com uma orientação em que recomendou a ingestão de um suplemento diário de iodeto de potássio (150 a 200 microgramas) às mulheres que estão a pensar engravidar, às grávidas e às que estão a amamentar, e a Direcção-Geral da Educação aconselhou a utilização de sal iodado na preparação das refeições escolares.