Candidatos à direcção do Instituto de Segurança Social têm ligações ao CDS e ao PSD

A lista com os candidatos que ficaram apurados foi enviada pela comissão de recrutamento ao Governo no dia 5 de Dezembro. Decisão final cabe ao ministro da Segurança Social.

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O ministro Pedro Mota Soares irá fazer a escolha entre os três finalistas Enric Vives Rubio

O concurso para a direcção do ISS foi lançado em Janeiro pelo Governo e foi conduzido pela Cresap, que na semana passada enviou a lista de finalistas, - três para cada um dos lugares – ao ministro do Emprego e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, a quem cabe a palavra final.

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O concurso para a direcção do ISS foi lançado em Janeiro pelo Governo e foi conduzido pela Cresap, que na semana passada enviou a lista de finalistas, - três para cada um dos lugares – ao ministro do Emprego e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, a quem cabe a palavra final.

Ao lugar de presidente do ISS concorreram 18 pessoas, das quais a Cresap escolheu três. A primeira da lista, ordenada por ordem alfabética, é Ana Clara Birrento que, desde 2011, é directora do centro distrital de Setúbal. Doutorada em literatura inglesa, foi professora na Universidade de Évora, onde desempenhou cargos de responsabilidade, e tem no currículo um curso avançado de gestão pública. Nas europeias de Maio foi candidata a eurodeputada pelo CDS-PP.

António Pombeiro, licenciado em Finanças pela Universidade Técnica de Lisboa, é o segundo da lista. Desde 2009, é auditor da Organização Europeia para a Investigação Astronómica no Hemisfério Sul (ESO) com sede em Munique. Desempenhou funções semelhantes na Agência Espacial Europeia, entre 2001 e 2005 foi auditor do Tribunal de Contas e trabalhou na banca. Teve uma curta passagem pela política, quando entre 1998 e 1999 foi deputado independente pelo CDS-PP na Assembleia da República.

Entre os três finalistas figura ainda Jorge Campino, vice-presidente da Câmara de Aveiro, liderada pelo social-democrata Ribau Esteves. É doutorado em economia e professor universitário, tendo sido chefe de gabinete do secretário de Estado da Segurança Social até Outubro de 2012. Antes dirigiu a unidade de contribuições do Centro Distrital de Aveiro do ISS, que também liderou entre 2002 e 2005.

Um destes três candidatos deverá substituir a actual presidente do ISS, Mariana Ribeiro Ferreira, que também tinha concorrido, mas acabou por desistir.

A desistência da presidente do ISS, que faz parte do conselho nacional do CDS-PP, foi justificada por “razões pessoais”. A decisão foi tomada numa altura em que o instituto tem em curso um processo que visa enviar para a requalificação 697 trabalhadores.

Para o lugar de vice-presidente do instituto concorreram 37 pessoas. Entre os apurados está Paulo Ferreira, advogado que desde Janeiro ocupa o cargo, depois de ter sido vogal. Da lista enviada ao Governo fazem ainda parte Jorge Campino, que também está entre os finalistas para o lugar de presidente, e Bernardo Sousa, licenciado em economia e director do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural desde 2007.

Para os dois lugares de vogal foram seleccionados seis candidatos, embora dois deles façam parte das duas listas. Um é Paulo Ferreira, que também está na short-list para a vice-presidência. Outro é Luís Monteiro, vogal do ISS desde Setembro de 2011 e que antes foi assessor do primeiro-ministro para as áreas sociais. Foi também assessor do grupo parlamentar do PSD, desempenhou funções de assessoria na Câmara de Lisboa e foi administrador não-executivo da Valorsul.

Fazem ainda parte da lista de finalistas Teresa Evaristo, licenciada em sociologia, que desde 2012 é subdirectora-geral da Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, tendo também desempenhado funções de directora-adjunta do Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação; e João Jesus, licenciado em economia, director regional de economia do Alentejo e militante do PSD.

A decisão final caberá ao ministro da Segurança Social, que não tem prazo para concretizar a nomeação. A tutela de Mota Soares tem outros cargos para designar, como é o caso do presidente do Instituto do Emprego e Formação Profissional.