Vitória na Shield atenua desastre contra a França
Portugal terminou a terceira etapa do Circuito Mundial no 13.º lugar e aumentou a vantagem sobre o Japão na competição
A selecção nacional venceu neste domingo a Taça Shield da terceira etapa do Circuito Mundial de sevens, garantindo o 13.º lugar na prova disputada em Port Elizabeth, na África do Sul. O último dia da competição, começou com uma exibição desastrosa frente à França, mas os triunfos que se seguiram frente ao Japão e Samoa serviram rectificar o desaire contra os gauleses. Com este resultado, Portugal somou mais três pontos para o ranking do Circuito Mundial e distanciou-se dos nipónicos, que mantêm o último lugar.
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A selecção nacional venceu neste domingo a Taça Shield da terceira etapa do Circuito Mundial de sevens, garantindo o 13.º lugar na prova disputada em Port Elizabeth, na África do Sul. O último dia da competição, começou com uma exibição desastrosa frente à França, mas os triunfos que se seguiram frente ao Japão e Samoa serviram rectificar o desaire contra os gauleses. Com este resultado, Portugal somou mais três pontos para o ranking do Circuito Mundial e distanciou-se dos nipónicos, que mantêm o último lugar.
Na véspera os resultados não tinham sido brilhantes, mas apesar das derrotas contra Austrália e Argentina, Portugal tinha mostrado uma boa atitude e discutiu o jogo até final com dois adversários da primeira metade da tabela do Circuito Mundial. Todavia, o segundo dia da etapa sul-africana começou com um déjà vu.
Frente à França, nos quartos-de-final da Taça Bowl (apuramento do 9.º ao 16.º classificado), voltou-se a ver uma equipa portuguesa desconcentrada, apática e, principalmente, muito dócil a defender. Perante um conjunto francês que entrou em campo decidido em apagar a má imagem do dia anterior (três derrotas), Portugal voltou a esquecer-se que é com o ombro que se placa e, usando as mãos ou olhos, tentou parar os jogadores gauleses. O resultado, foi uma via verde para o ensaio para a França.
E o jogador que mais beneficiou da passividade defensiva da selecção nacional foi Virimi Vakatawa. O jogador, nascido nas Fiji, fez gato-sapato da defesa portuguesa e esteve na origem do primeiro ensaio do jogo, ao passar literalmente por toda a equipa nacional sem ser incomodado, assistindo depois Jane que fez o primeiro toque de meta (0-7).
Pouco depois, Candelon aproveitou mais uma falha de placagem para aumentar para 0-14 e, apesar de uma iniciativa de Vasco Fragoso Mendes ter permitido que Carl Murray reduzisse (7-14), na “bola de jogo” do primeiro tempo, uma série de más decisões dos jogadores portugueses abriram caminho ao terceiro ensaio da França (7-21).
Os últimos sete minutos não tiveram história. Com a selecção nacional reduzida a seis jogadores (amarelo a Diogo Mateus), “les bleus” controlaram a seu bel-prazer, Vakatawa continuou a passar sem problemas pelos portugueses e Jane e Inigo aumentaram para 7-35. Imediatamente depois de Diogo Mateus cumprir os dois minutos de castigo, foi a fez de Fragoso Mendes ir para o “sin bin” e, em inferioridade numérica, Portugal continuou a ver jogar e sofreria mais um ensaio: 7-42.
Garantida a pior classificação até ao momento no Circuito Mundial 2014-15, restava a Portugal minimizar os estragos e derrotar o Japão, o grande adversário da selecção nacional na luta pela manutenção do estatuto de equipa residente na competição. E nas meias-finais da Shield (13.º ao 16.º lugar) ficou evidente que os japoneses são, neste momento, o elo mais fraco da competição.
Embora o Japão tenha começado por aproveitar uma perda de bola portuguesa para marcar o primeiro ensaio do jogo em contra-ataque, Portugal dominou por completo a primeira parte e chegou ao final dos primeiros sete minutos a vencer por 19-5, com um ensaio de Nuno Sousa Guedes e um “bis” de Adérito Esteves.
Após o intervalo, uma boa circulação de bola colocou a oval nas mãos de Sousa Guedes, que imitou o seu colega do Direito e fez o segundo da partida (24-5). A partir daí, Portugal baixou o ritmo, permitiu que os asiáticos conseguissem ter posse de bola e marcassem dois ensaios, que fixaram o resultado final em 24-15.
Atenuada ligeiramente a péssima imagem deixada contra a França e garantido que o Japão ficaria um pouco mais longe na classificação, Portugal defrontou Samoa, no final da Taça Shield, e perante um conjunto samoano que atravessa um período conturbado internamente, a exibição nacional foi de bom nível, com clara melhoria defensivamente.
Os primeiros minutos foram dominados pela selecção do Pacífico, mas na primeira posse de bola, Portugal construiu um bom contra-ataque finalizado por Bernardo Seara Cardoso (7-0). Já depois de tocar a buzina para o intervalo, Diogo Mateus conquistou a bola num alinhamento favorável a Samoa e assistiu Seara Cardoso para o seu segundo toque de meta na partida (12-0).
Após o descanso, uma placagem falhada por Portugal permitiu que os samoanos reduzissem (12-7), mas a menos de três minutos do fim, Vasco Fragoso Mendes roubou a bola num “ruck” e lançou Adérito Esteves que levou tudo à frente e só parou na linha de ensaio (19-7). Na “bola de jogo”, uma má recepção de bola de Diogo Mateus esteve na origem do segundo ensaio de Samoa, mas a merecida vitória da selecção nacional já estava confirmada: 19-14.
Com o 13.º lugar na África do Sul (nas duas etapas anteriores Portugal tinha terminado na 11.º posição), a equipa portuguesa somou mais três pontos, aumentando para 10 a vantagem sobre o Japão – os asiáticos terminaram as três rondas na última posição, somando sempre apenas um ponto. No entanto, a formação nacional foi ultrapassada pelo Canadá, que somou oito pontos na África do Sul e é agora 12.ª classificada no ranking do Circuito Mundial, com 14 pontos, mais um do que Portugal.