Mais de metade dos pais aceita perfis online abaixo da idade legal
Investigador defende os pais devem definir a monitorização dos tempos de utilização e dos conteúdos e a localização dos equipamentos.
No estudo em causa são 38,5% os pais que dizem que os seus filhos de nove a 12 anos nunca poderão criar um perfil de Facebook, o que signfica que são cerca de 60% os que aceitam a prática, nota João Faria, que coordena o Núcleo de Intervenção na Internet e nas Telecomunicações, na Progresso Infantil-Centro de Desenvolvimento, um centro especializado em perturbações do desenvolvimento das crianças, em Carcavelos.
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No estudo em causa são 38,5% os pais que dizem que os seus filhos de nove a 12 anos nunca poderão criar um perfil de Facebook, o que signfica que são cerca de 60% os que aceitam a prática, nota João Faria, que coordena o Núcleo de Intervenção na Internet e nas Telecomunicações, na Progresso Infantil-Centro de Desenvolvimento, um centro especializado em perturbações do desenvolvimento das crianças, em Carcavelos.
Os números do mesmo estudo – que teve como amostra 3.500 jovens europeus dos nove aos 16 anos em sete países europeus – mostram ainda que, em 2010, Portugal estava entre os países com níveis mais altos de uso da Internet no quarto, cerca de 67% diziam fazê-lo, estando ao mesmo nível que a Suécia, número que só era superado pela Dinamarca (74%). Na Bélgica e na Turquia encontravam-se os níveis mais baixo de uso da Internet no quarto, em 33%. Mas em 2013 e 2014 são menos (60%) os jovens portugueses que dizem aceder semanalmente à Internet no seu quarto. A média europeia é de 66%.
José Ilídio de Sá, autor da tese de doutoramento Bullying nas Escolas: Prevenção e Intervenção, realizada no Departamento de Educação da Universidade de Aveiro, defende que, uma vez que um número significativo de situações de ciberagressão tem como palco, para a vítima ou para o agressor, o espaço da casa, “o papel das famílias assume particular relevância, sobretudo "no que diz respeito à vigilância e à monitorização dos padrões de uso e de consumo da Internet por parte dos jovens, e à definição de regras por parte dos pais”. Estas podem incluir e definir a monitorização dos tempos de utilização e dos conteúdos e a localização dos equipamentos, procurando, por esta via, inverter a “cultura do quarto” característica nestas faixas etárias, diz.