Cultura urbana volta a encher edifício Axa de cor e animação
Em pleno coração do Porto, no edifício já conhecido pelos eventos culturais que acolhe, voltam a apresentar-se autores de arte urbana. Até dia 14, o Axa vai permitir aos criadores venderem os seus trabalhos de ilustração e street art. A entrada é livre e dá acesso a música, curtas-metragens e workshops.
Já reconhecida por espalhar os grafittis com a assinatura Elleonor pela cidade, a jovem é da opinião que ainda há um longo caminho a percorrer em relação à divulgação deste tipo de arte, mas está contente com o seu trabalho. “Acho que vou num bom caminho, principalmente se apostar no grafitti e na street art como tenho feito. Acho que sou valorizada porque há poucas raparigas a fazerem isso e o meu estilo é um bocado diferente”, assegura.
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Já reconhecida por espalhar os grafittis com a assinatura Elleonor pela cidade, a jovem é da opinião que ainda há um longo caminho a percorrer em relação à divulgação deste tipo de arte, mas está contente com o seu trabalho. “Acho que vou num bom caminho, principalmente se apostar no grafitti e na street art como tenho feito. Acho que sou valorizada porque há poucas raparigas a fazerem isso e o meu estilo é um bocado diferente”, assegura.
Na mesma sala é possível reconhecer o mural azul dos Transa. Os dois criadores, Mots e Neutro, decidiram reaproveitar parte da obra apresentada no evento Street Art Axa Porto para participarem neste UPStreet Axa Urban Store. Diogo Ruas, Mots, está satisfeito com estes eventos e vê neste tipo de acções uma oportunidade para “mostrar que no Porto também se fazem coisas interessantes”.
Nesta montra de arte urbana o ambiente é colorido e bem-disposto. No 2.º piso, o experiente Júlio Dolbeth apresenta também o seu trabalho, inspirado no imaginário dos caretos de Podence e dos rituais de Lazarim. Já com uma longa experiência no mundo da arte comenta que, em Portugal, ainda é muito complicado viver do trabalho artístico. Ainda assim, considera que essa adversidade pode ser positiva. “Obriga as pessoas a criarem estruturas próprias, sem estar sempre à espera de apoios institucionais”, explica o dono da galeria Dama Aflita.
Até dia 14, à quinta, sexta, sábado e domingo, mais de 30 artistas ocupam o espaço. Alguns deles já conhecidos no meio da street art, como o Colectivo Rua, Hazul ou Third, e outros no da ilustração, como Rudolfo, Lara Luís, Chili Com Carne ou O Panda Gordo.
O espaço dá também oportunidade a duas ecolas de exporem os trabalhos realizados pelos mais novos, inspirados no evento Street Art Axa Porto. Os alunos de Mestrado de Ilustração e Animação do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave montaram uma galeria numa das salas. À entrada do 2.º piso há também um espaço reservado para a revista Idiot Mag, cuja versão impressa é lançada neste sábado.
O evento UPStreet AXA Urban Store é uma organização da Câmara Municipal do Porto, através da Porto Lazer. Hugo Neto, director administrativo desta empresa municipal, promete que este tipo de eventos, que atraí miúdos e graúdos, portuenses e turistas, terá seguimento em 2015. “O edifício AXA e o conjunto de eventos que temos desenvolvido têm uma lógica pedagógica. Fazem com que a cidade do Porto cada vez mais perceba e acarinhe a arte urbana, porque acreditamos que ela deva ter expressão, deve ser valorizada e, se possível, contribuir para a própria afirmação da cidade”. Ainda de acordo com Hugo Neto, “o Axa continuará a ser alcofa de projectos”, ainda que, em breve, venham a surgir novidades sobre outros projectos de intervenção.
Hoje é dia de festa
Este sábado é também dia de cultura urbana. A Idiot Mag, revista de cultura e tendências urbanas, lança, como referido, a sua primeira edição imprensa e a Dedicated Store, loja dedicada à cultura urbana, assinala o seu terceiro aniversário. A festa decorrerá em três locais na cidade: a Dedicated Store, o Silo Auto e o Armazém do Chá e incluirá concertos, street art ao vivo, body painting ou highline urbano. João Cabral, um dos responsáveis pela Idiot Mag define-a como a “revista do idiota para o idiota” e, mais a sério, explica que é “uma plataforma de divulgação de arte e cultura, projectos empreendedores e criativos”. Ao longo dos dois anos e meio, a revista mensal foi organizando eventos para promover a marca e também projectos de diferentes áreas. Todos os meses, convida alguém para ilustrar a capa e as secções e, normalmente, a ilustração é realizada, ao vivo, nos eventos. A primeira edição impressa é ilustrada por Ana Aragão, considerada uma das 200 melhores ilustradoras do mundo pela revista Lürzer's Archive.