Onze professores portugueses entre os mais inovadores do mundo para a Microsoft
Distinção para docentes do ensino básico e secundário, para uma escola privada e um agrupamento de escolas.
José Carlos Marques, da Escola Secundária Pedro de Santarém; Rui Lima e Andreia Sequeira, do Colégio Monte Flor; João Cunha, da secundária D. Afonso Henriques; Carlos Cunha, da secundária Dom Manuel Martins; Virgínia Esteves, da EB2,3/S de José Relvas; Carla Jesus, da secundária Rafael Bordalo Pinheiro; Ângela Oliveira e Pedro Correia, do Agrupamento de Escolas de Freixo; Dulce Pinto, do Agrupamento de Escolas de Anselmo de Andrade; e Sónia Barbosa, do Agrupamento de Escolas de Álvaro Velho. Foram estes os professores distinguidos em Portugal pela Microsoft de 2014/2015.
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José Carlos Marques, da Escola Secundária Pedro de Santarém; Rui Lima e Andreia Sequeira, do Colégio Monte Flor; João Cunha, da secundária D. Afonso Henriques; Carlos Cunha, da secundária Dom Manuel Martins; Virgínia Esteves, da EB2,3/S de José Relvas; Carla Jesus, da secundária Rafael Bordalo Pinheiro; Ângela Oliveira e Pedro Correia, do Agrupamento de Escolas de Freixo; Dulce Pinto, do Agrupamento de Escolas de Anselmo de Andrade; e Sónia Barbosa, do Agrupamento de Escolas de Álvaro Velho. Foram estes os professores distinguidos em Portugal pela Microsoft de 2014/2015.
E o que é que estes professores e escolas fizeram para receber a distinção? “Representam o melhor do melhor quando se fala em utilizar a tecnologia para reforçar as capacidades críticas do século XXI”, sublinha a empresa norte-americana.
Todos os anos, os professores inovadores são escolhidos mundialmente com base na forma inovadora como usam os meios tecnológicos nas salas de aula, desde o “armazenamento de dados em nuvem a aparelhos móveis”. Como a empresa explica, estes professores e escolas “integram a pedagogia progressiva com a tecnologia na aprendizagem avançada e para preparar melhor os estudantes para os trabalhos do futuro”.
Carlos Cunha, 47 anos, professor de Física e Química e coordenador de Projectos na Escola Secundária Dom Manuel Martins, em Setúbal, é um dos nomes da lista de mais de 800 educadores distinguidos. Foi por sua iniciativa que na escola existe uma Sala de Aula do Futuro, que conta com a Microsoft como parceira, e que é uma réplica do que já se faz em Bruxelas e na qual os alunos do 7.º e 11.º anos, no seu caso, utilizam ferramentas tecnológicas para complementar a sua aprendizagem.
As aulas de Carlos Cunha, estreitamente envolvido no projecto European Schoolnet, que tem o Ministério da Educação português como parceiro, são “muito baseadas e apoiadas com essas ferramentas, como um quadro interactivo, pesquisas na Internet, através dos aparelhos que próprios alunos trazem para a escola”, conta ao PÚBLICO.
“Todos os trabalhos experimentais são feitos na sala de aula, sempre com recurso a sensores, computadores, máquinas de calcular gráficas, smartphones, vídeos”, exemplifica o professor, sublinhando que “as aulas são sempre muito mais centradas no aluno” do que na exposição que faz durante a aula.
Carlos Cunha considera que com a utilização do smartphone ou do tablet, por exemplo, na aprendizagem, os alunos “começam a olhar para os seus telemóveis de forma diferente”. “Um aluno perguntou-me no outro dia que idade tinha o Sol? Disse-lhe que era uma boa pergunta e que deveria perguntar ao Google. Em segundos a resposta surgiu através da Wikipédia”, conta.
“A Internet não serve só para o Facebook e jogos, serve para aprendizagem e seleccionar informação”, reforça, numa posição que gosta que os seus alunos tenham presente.
Rui Lima, o professor repetente
Rui Lima, professor do 1.º ciclo e director pedagógico no Colégio Monte Flor, de 37 anos, é o “professor tecnológico”, um título pelo qual não gosta de ser chamado, mas que a própria escola privada onde lecciona utiliza para o mencionar. No seu currículo volta a incluir a distinção de professor inovador, depois de em 2011 tê-lo sido pela primeira vez também pela Microsoft. Está ainda activamente envolvido no projecto Creative Classrooms Lab, financiado pela Comissão Europeia.
O projecto está a ser aplicado no colégio situado em Carnaxide e implica que sejam seguidos cinco passos pelos alunos: Sonha, Explora, Planeia, Faz, Pergunta, Refaz, Mostra. Nas aulas de Rui Lima, os computadores Magalhães, produto da JP - Inspiring Knowledge, antes JP Sá Couto, são a ferramenta utilizada pelos alunos.
O professor do ensino básico tem uma visão da tecnologia muito própria e que a remete para um lugar mais de complemento do que protagonista. “A inovação não tem de ter tecnologia”, opina, e o que aos alunos faz questão de frisar é que o “Magalhães é só uma ferramenta”.
A sua distinção por duas vezes pela Microsoft deve-se à dinâmica e à metodologia de projecto que desenvolve nas suas aulas. “Sempre que há um conteúdo, por exemplo fizemos um projecto sobre os nomes, os alunos são desafiados a criar um produto, seja uma peça de teatro, um vídeo ou um jogo, que depois podem ter uma apresentação em power point, ou outros suportes”.
Aos seus alunos foi feito um questionário Vark, para determinar o perfil de aprendizagem da criança e a forma mais fácil de absorver a informação. Isso é feito através de quatro tipos de recursos: visual, para alunos que aprendem melhor a olhar; leitura, quando as crianças aprendem mais facilmente a ler; oral, através de um vídeo ou ficheiro áudio; e cinestésico, quando é mais fácil a aprendizagem através de jogos, por exemplo.
Rui Lima diz que a escola pretende que os alunos desenvolvam competência socias, de criatividade, comunicação, colaboração e pensamento crítico. “A tecnologia como condição sine qua non não faz sentido”, remata.