O adeus provisório de Alberto João Jardim
O presidente do Governo Regional da Madeira anunciou que sai em Janeiro. Mas não sai da política...
Afinal, Alberto João Jardim voltou à promessa que fizera no congresso regional de Novembro de 2012: diz que se demitirá do cargo a 12 de Janeiro de 2015. A promessa foi feita em carta enviada aos seis candidatos à liderança do PSD-Madeira, ou seja, desta vez não foi apenas verbal. Mas não é preciso recorrer a teorias da conspiração para saber que Alberto João não abdicará, nem hoje nem nunca, de intervir politicamente na Madeira. Aliás, foi nesse sentido que endereçou em Novembro uma carta aos militantes do PSD-Madeira com agradecimentos e recados vários. Entre eles, este: “Um partido não é um fim em si próprio.” E este: “Se o PSD-Madeira deixar de estar à altura das suas responsabilidades e deveres para com o povo madeirense (…) sei que, mais uma vez juntos, saberemos encontrar os caminhos necessários.” Se a isto juntarmos o que vem no verso da carta, torna-se mais claro o aviso: “Os que combatemos cá e lá gizaram um plano para destruir o PSD-Madeira por dentro [para o qual] mobilizaram maus companheiros nossos, de ambições pessoais a materiais incontroladas.” Isto é um recado claro para o interior do PSD-Madeira, não só dirigido às eleições internas de 19 de Dezembro (às quais se candidatam à liderança alguns dos “maus companheiros”), como ao congresso regional de 10 de Janeiro, dois dias antes da data que Alberto João marcou para abandonar a presidência do governo regional. O que esperará ele, até lá? Talvez que os militantes, perante estes avisos, elejam um novo líder favorável à sua manutenção no governo; que a assembleia regional vote a favor dessa solução (sinal disso parece ser o regresso às hostes do deputado e ex-líder da JSD local, um apoiante de Jardim, abandonando o estatuto de independente que solicitara); e que isso dê a esta sua promessa de saída o destino das anteriores: o esquecimento. Se assim não for, ele não desistirá, no PSD ou fora dele. Qualquer adeus de Alberto João é sempre provisório.
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Afinal, Alberto João Jardim voltou à promessa que fizera no congresso regional de Novembro de 2012: diz que se demitirá do cargo a 12 de Janeiro de 2015. A promessa foi feita em carta enviada aos seis candidatos à liderança do PSD-Madeira, ou seja, desta vez não foi apenas verbal. Mas não é preciso recorrer a teorias da conspiração para saber que Alberto João não abdicará, nem hoje nem nunca, de intervir politicamente na Madeira. Aliás, foi nesse sentido que endereçou em Novembro uma carta aos militantes do PSD-Madeira com agradecimentos e recados vários. Entre eles, este: “Um partido não é um fim em si próprio.” E este: “Se o PSD-Madeira deixar de estar à altura das suas responsabilidades e deveres para com o povo madeirense (…) sei que, mais uma vez juntos, saberemos encontrar os caminhos necessários.” Se a isto juntarmos o que vem no verso da carta, torna-se mais claro o aviso: “Os que combatemos cá e lá gizaram um plano para destruir o PSD-Madeira por dentro [para o qual] mobilizaram maus companheiros nossos, de ambições pessoais a materiais incontroladas.” Isto é um recado claro para o interior do PSD-Madeira, não só dirigido às eleições internas de 19 de Dezembro (às quais se candidatam à liderança alguns dos “maus companheiros”), como ao congresso regional de 10 de Janeiro, dois dias antes da data que Alberto João marcou para abandonar a presidência do governo regional. O que esperará ele, até lá? Talvez que os militantes, perante estes avisos, elejam um novo líder favorável à sua manutenção no governo; que a assembleia regional vote a favor dessa solução (sinal disso parece ser o regresso às hostes do deputado e ex-líder da JSD local, um apoiante de Jardim, abandonando o estatuto de independente que solicitara); e que isso dê a esta sua promessa de saída o destino das anteriores: o esquecimento. Se assim não for, ele não desistirá, no PSD ou fora dele. Qualquer adeus de Alberto João é sempre provisório.