António Costa quer que este seja o último ano sem feriado no Dia da Restauração da Independência
Presidente da Câmara de Lisboa partilha da visão de Ribeiro e Castro, que promete não votar "em ninguém" nas legislativas de 2015 que não se comprometa com a reposição do feriado nacional de 1 de Dezembro.
"Desde 1862 [que] o município de Lisboa se junta à Sociedade Histórica [da Independência de Portugal] para celebrar a independência nacional, data que desde 1910 e até bem recentemente constituiu feriado oficial e que quero que seja hoje o último dia em que comemoramos sem estarmos nessa condição", afirmou António Costa, numa cerimónia que assinalou o Dia da Independência, na Praça dos Restauradores, em Lisboa, recebendo aplausos da plateia que o ouvia.
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"Desde 1862 [que] o município de Lisboa se junta à Sociedade Histórica [da Independência de Portugal] para celebrar a independência nacional, data que desde 1910 e até bem recentemente constituiu feriado oficial e que quero que seja hoje o último dia em que comemoramos sem estarmos nessa condição", afirmou António Costa, numa cerimónia que assinalou o Dia da Independência, na Praça dos Restauradores, em Lisboa, recebendo aplausos da plateia que o ouvia.
Este ano assinalam-se 374 anos do golpe de estado revolucionário ocorrido a 1 de Dezembro de 1640, data que foi considerada feriado nacional desde 1910 até 2012. No ano passado já não se celebrou dessa forma, em virtude da decisão tomada pelo actual Governo de maioria PSD/CDS-PP.
"Como aqui referi no ano passado, o 1º de Dezembro é património de Portugal e dos portugueses, pertence à comunidade e a ninguém é moralmente permitido dispor dele com ligeireza, mesmo que o faça invocando o nome do Estado", salientou o autarca socialista.
Visão semelhante tem o coordenador do Movimento 1º de Dezembro, José Ribeiro e Castro, que afirmou na sua intervenção que é necessário "continuar a trabalhar no plano cívico, social e político para o duplo pleonasmo, a eliminação da eliminação e [para] a restauração da restauração".
Defendendo que "não é necessário mudar o ciclo político" para voltar a transformar este dia em feriado nacional, o também deputado do CDS-PP abordou uma lógica de "ecologia fundamental", através da qual "é de bom tom que cada um limpe o seu próprio lixo - é regra de educação e até de civismo".
Ribeiro e Castro garantiu também que não votará "em ninguém, em 2015 [nas eleições legislativas], que entre outras correcções e ajustamentos que importa fazer, não se comprometa claramente com a reposição do feriado nacional do Primeiro de Dezembro ou não o tenha já feito antes".
Já o director da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, Alarcão Tróni, adiantou que escreveu ao Ministro da Educação e da Ciência, Nuno Crato, e ao presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, Manuel Machado, "pedindo-lhes que hoje, durante o horário lectivo, seja ministrada aos alunos dos ensinos básico e secundário, em todo o país, uma aula de educação para a cidadania sobre a Restauração e a guerra da aclamação", esperando que a sugestão tenha sido bem recebida.
Na cerimónia, estiveram representadas forças militares e de segurança, assim como alunos de escolas do concelho de Lisboa, que cantaram o hino nacional e o hino da restauração, aquando do içar das respectivas bandeiras.
Foi ainda feito um percurso histórico pela cidade relembrando a história do país em locais da cidade como o Largo de São Domingos (aclamação de D. João I de 1383), o Terreiro do Paço (aclamação de D. João IV), Cais do Sodré (embarque de Junot) e Praça Luís de Camões (ultimatum de 1890).