Surfista português “exporta” escola de surf para a Índia

Eurico Gonçalves quer contribuir para o desenvolvimento da modalidade em Goa

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idlphoto/Flickr

Um surfista português vai levar o ensino do surf a Goa, na Índia, instalando naquele antigo território ultramarino uma filial da escola que possui na Figueira da Foz.

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Um surfista português vai levar o ensino do surf a Goa, na Índia, instalando naquele antigo território ultramarino uma filial da escola que possui na Figueira da Foz.

Eurico Gonçalves, que foi campeão nacional de longboard em 2008 e que pratica surf há mais de 30 anos, tem como objectivo contribuir para o desenvolvimento da modalidade naquele populoso país, mas onde apenas existem 150 surfistas registados. "Em Goa, há duas ou três escolas de surf, embora trabalhem exclusivamente com turistas. A ideia é levar também o surf para os goeses", disse Eurico Gonçalves à agência Lusa.

De acordo com o proprietário da iSurf Academy — escola fundada há cerca de três anos e localizada na praia do Cabedelo, na margem esquerda do rio Mondego — na Índia, o segundo país mais populoso do mundo, com 1,2 mil milhões de habitantes, o surf "não se nota, é residual", frisou. A opção pela antiga possessão portuguesa da costa ocidental indiana surgiu de um amigo de infância, residente em Goa, que desafiou Eurico Gonçalves a ali abrir a escola, durante cinco meses, coincidindo com o período mais quente daquele território, prévio à época das monções que se inicia em Junho.

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Eurico Gonçalves foi campeão nacional de longboard em 2008 DR

O surfista defende que com o desenvolvimento actual do surf em Portugal, com a multiplicação de escolas e novos praticantes da modalidade, a abertura, nos últimos anos, de pós-graduações em instituições de ensino superior e o número crescente de atletas que competem contra a elite mundial, o nosso país "está apto a exportar esse conhecimento acumulado" para países onde a modalidade é praticamente inexistente. E Goa, sustentou Eurico Gonçalves, tem condições geográficas e características climáticas — ondas pequenas e a água quente do oceano Índico — que a tornam um destino "de excelência para o ensino" do surf, frisou. "O que se pode pedir de melhor?", adiantou.

Perante o desafio de rumar à Índia, Eurico Gonçalves aceita como natural a troca das ondas grandes da costa atlântica — de que é adepto confesso — pela pequena ondulação que o espera em Goa. "A minha relação com o mar foi sempre a de pegar naquilo que ele tem para me oferecer. Muito divertimento, muito conhecimento e Goa também tem ondas, tem ondas perfeitas, ondas pequenas, eu gosto de ondas grandes, mas as ondas pequenas também fazem parte [do surf]", argumentou.

"Vou aproveitar para aprimorar a minha técnica em ondas pequeninas", disse o surfista. Após o regresso de Goa, Eurico Gonçalves pensa apostar noutros destinos para expandir a iSurf Academy, concretamente em África, em países de língua portuguesa como Moçambique, Angola ou São Tomé e Príncipe, revelou.