Alemã E.On vende negócios em Portugal e Espanha
Nova estratégia aposta nas energias renováveis e serviços a clientes finais.
O principal comprador das operações espanhola e portuguesa é a Macquarie European Infrastructure Funds, especializada em investimentos em infra-estruturas de energia na Europa. Uma parte minoritária do capital ficará nas mãos do Wren House Infrastructure, um fundo soberano do Kuwait.
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O principal comprador das operações espanhola e portuguesa é a Macquarie European Infrastructure Funds, especializada em investimentos em infra-estruturas de energia na Europa. Uma parte minoritária do capital ficará nas mãos do Wren House Infrastructure, um fundo soberano do Kuwait.
A E.On tem em Portugal e Espanha 650 mil clientes de fornecimento de gás e electricidade, bem como 32 mil quilómetros de rede de distribuição de energia eléctrica, e ainda operações de geração de energia. O número total de trabalhadores anda em torno dos 1200. A empresa foi um dos concorrentes à privatização da EDP, uma corrida que acabou por ser ganha pelo grupo chinês China Three Gorges.
A transacção já tinha sido antecipada na imprensa na semana passada. Terá de ser aprovada pelos reguladores de mercado na Europa e a E.On espera que esteja concluída no primeiro trimestre de 2015. Segundo o comunicado da E.On, publicado neste domingo, o novo dono dos negócios na Península Ibérica está empenhado na continuidade da actividade a longo prazo.
No mesmo dia em que a venda foi anunciada, a multinacional tornou também pública uma nova estratégia, que passa pela alienação dos negócios de geração convencional de energia, de compra e venda internacional de produção, para que a empresa passe a concentrar-se em energias renováveis, redes de distribuição e na venda a clientes finais.
Os negócios de que a E.On se pretende separar serão agrupados numa nova empresa, que estará cotada em bolsa. Os actuais accionistas receberão acções da nova empresa, num processo que deverá ser finalizado em 2016.
“Em 2015, a E.On dará os passos preparatórios necessários para a entrada em bolsa da nova empresa. Tanto a E.On como a nova empresa terão financiamento sólido, vão estar posicionadas para assegurar empregos e têm perspectivas de criar novos empregos no futuro”, refere o comunicado da empresa. Há três anos, durante o processo de privatização da EDP, a E.On anunciou o despedimento de 11 mil dos 80 mil trabalhadores.