Nicolas Sarkozy eleito presidente da UMP

Ex-Presidente da República teve 64,5%, o que obrigará a disputar primárias para escolher o candidato da direita francesa às presidenciais de 2017.

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A vitória terá certamente um sabor muito amargo para o ex-Presidente, que agora terá mesmo de se sujeitar a primárias para a escolha do candidato a lançar pela UMP nas presidenciais de 2017. Alan Juppé, o político de direita que actualmente é o favorito dos franceses, exige que esse processo seja aberto também aos centristas – uma abertura que não agrada a Sarkozy.

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A vitória terá certamente um sabor muito amargo para o ex-Presidente, que agora terá mesmo de se sujeitar a primárias para a escolha do candidato a lançar pela UMP nas presidenciais de 2017. Alan Juppé, o político de direita que actualmente é o favorito dos franceses, exige que esse processo seja aberto também aos centristas – uma abertura que não agrada a Sarkozy.

A segunda surpresa eleitoral foi o resultado obtido pelo antigo ministro da Agricultura, Bruno Le Maire, que conquistou quase 30% dos votos, enquanto o terceiro concorrente, o deputado Hervé Mariton, se ficou pelos 6,32%. Os esforços de Le Maire foram destacados pelos franceses – de todos os partidos – que em resposta aos inquéritos de opinião designaram a sua campanha como a melhor de todos os candidatos da UMP.

A primeira reacção de Sarkozy surgiu na sua página no Facebook. "Este voto marca uma nova partida para a nossa família política. Temos de nos unir para nos consagrarmos à procura de soluções novas para a França", afirmou.

Esta foi a quarta vez, nos doze anos de existência do partido, que os militantes da UMP foram chamados a decidir sobre a liderança. O processo decorreu numa conjuntura de profunda divisão interna.

A votação, que foi electrónica para prevenir a fraude e chegou a ser posta em causa por causa de ataques informáticos denunciados na noite de sexta-feira, foi uma das mais participadas de sempre. Numa mensagem publicada no Twitter às 18h30, o secretário-geral interino, Luc Chatel, anunciava que o número de eleitores já tinha ultrapassado os 150 mil (o universo eleitoral era de cerca de 280 mil).

A mobilização superior àquela que se verificou durante o Congresso de 2012, quando a liderança do UMP foi disputada entre François Fillon e Jean-François Copé. Em comunicado, Fillon alertou já Sarkozy para o facto de "a união não significar a submissão." "Um grande partido partido moderno aceita a diferença!", afirmou o ex-primeiro-ministro que Sarkozy que se tornou num dos seus mais ferozes críticos.