Bloco pode mudar protagonistas da liderança paritária

A estratégia de Pedro Filipe Soares poderá passar por não inviabilizar uma coordenação paritária, mas também não a apoiar.

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Enric Vives-Rubio

O resultado da votação para a Mesa Nacional, realizada em urna no passado domingo, ditou um empate entre João Semedo e Catarina Martins e Pedro Filipe Soares. 259 delegados, o que equivale a 34 lugares para cada uma das listas, deixaram o partido ainda mais dividido.

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O resultado da votação para a Mesa Nacional, realizada em urna no passado domingo, ditou um empate entre João Semedo e Catarina Martins e Pedro Filipe Soares. 259 delegados, o que equivale a 34 lugares para cada uma das listas, deixaram o partido ainda mais dividido.

Ao longo desta semana, a encruzilhada manteve-se, apesar da moção política liderada pelos coordenadores nos últimos dois anos ter obtido uma vantagem de oito votos. "O que havia para falar está falado", disse ao PÚBLICO um dirigente, para sinalizar que não há acordo.

Na Mesa Nacional, as outras duas listas concorrentes obtiveram 11 delegados, em conjunto, completando assim os 79 assentos do órgão. O desempate poderia assim ficar nas mãos destes dirigentes. Mas ao que o PÚBLICO apurou, o braço de ferro manteve-se.

Este sábado, as listas que concorreram deverão reunir individualmente, mas não é provável que do encontro de domingo saia uma solução de direcção acordada por larga maioria. A estratégia de Pedro Filipe Soares poderá passar por não inviabilizar uma coordenação paritária, mas também não a apoiar. E ninguém garante que não haja mudança de protagonistas.

Num discurso conciliatório, no encerramento da convenção, Semedo chamou ao palco Pedro Filipe Soares, que é líder parlamentar do partido, e pediu unidade, fim da disputa e "responsabilidade acrescida" face ao veredicto dos delegados do Bloco. “A Mesa Nacional deve definir o modelo de representação pública que melhor responda ao que saiu desta convenção e ao resultado das votações que aqui fizemos. É esse o nosso apelo”, disse.

Do outro lado, Pedro Filipe Soares elogiou o debate “profundo” e “sério”, mas deixou o aviso de que num partido como o Bloco não há espaço “para essa ideia que mandam os de cima para os debaixo obedecerem”. Manifestou ainda disponibilidade para ser líder parlamentar “enquanto o partido achar que vale a pena”.