Atentado contra mesquita na Nigéria faz dezenas de mortos

Explosões de bombas e tiroteio após o início das orações de sexta-feira fazem mais de 100 mortos. Ataque tem a marca do grupo fundamentalista islâmico Boko Haram.

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Restos do ataque com bombas REUTERS

O ataque, que tem as características de uma operação do grupo terrorista Boko Haram, aconteceu pouco depois do início das orações de sexta-feira, oficiadas por um dos religiosos mais importantes da Nigéria, o emir Sanusi Lamido.

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O ataque, que tem as características de uma operação do grupo terrorista Boko Haram, aconteceu pouco depois do início das orações de sexta-feira, oficiadas por um dos religiosos mais importantes da Nigéria, o emir Sanusi Lamido.

As informações são muito contraditórias — falava-se num ataque de dois bombistas suicidas, ou 15 homens armados, dos quais quatro teriam sido mortos pela multidão em fúria, segundo a AFP, que cita o porta-voz da polícia nigeriana, Emmanuel Ojukwu.

Uma das pessoas envolvidas nas operações de salvamento disse à AFP que havia ontem à noite pelo menos 270 feridos. Mas o número de vítimas não foi avançado oficialmente, devido ao caos gerado pelo ataque. Ikechukwu Eze, um capitão do Exército nigeriano, disse à Reuters que o número de mortos e feridos é “muito elevado”.

“Explodiram duas bombas, uma logo a seguir à outra, nas imediações da mesquita, poucos segundos depois do início das orações”, disse à AFP Aminu Abdullahi, um residente local. A testemunha disse que houve uma terceira explosão, numa zona mais afastada da mesquita.

A autoria do ataque não foi imediatamente reivindicada, mas as suspeitas recaem sobre o Boko Haram, o grupo radical islâmico que pretende instituir um califado no Norte da Nigéria. Pelo menos dez mil pessoas foram mortas pelo Boko Haram nos últimos cinco anos, em ataques à bomba e tiroteios em igrejas, escolas, esquadras da polícia, instalações militares e edifícios governamentais, e contra mesquitas cujos líderes não partilham da sua ideologia radical.

As autoridades nigerianas têm tentado pôr cobro à campanha de terror do grupo no Norte do país.