O baixo nível de inflação estimada pelo Eurostat, cujos dados foram publicados nesta sexta-feira, coloca mais pressão sobre o Banco Central Europeu (BCE), que se depara com uma evolução dos preços distante do seu objectivo de assegurar a estabilidade dos preços com uma inflação de 2%.
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O baixo nível de inflação estimada pelo Eurostat, cujos dados foram publicados nesta sexta-feira, coloca mais pressão sobre o Banco Central Europeu (BCE), que se depara com uma evolução dos preços distante do seu objectivo de assegurar a estabilidade dos preços com uma inflação de 2%.
O valor de inflação agora registado regressa ao valor de Setembro, mês a que se seguiria uma aceleração da taxa para 0,4% em Outubro.
Com a economia europeia praticamente estagnada e a inflação próxima de zero, o banco central prepara-se para intensificar o seu programa de estímulos à economia europeia através de medidas não convencionais.
O objectivo do BCE em lançar mais medidas não convencionais passa por aumentar o fluxo de crédito à economia, esperando uma melhoria na actividade económica que inverta o risco de entrada da economia num ciclo de deflação e, pelo contrário, acelere a taxa de inflação.
Algumas medidas já estão no terreno (empréstimos de longo prazo aos bancos europeus e a compra de obrigações hipotecárias e de créditos titularizados). E o próximo passo pode passar pela compra de títulos de dívida pública, uma decisão que será avaliada pelo BCE nos primeiros meses de 2015.
O presidente do BCE, Mario Draghi, veio há dias reforçar que a instituição está pronta para “recalibrar a amplitude, o ritmo e a composição” da compra de activos, caso se revele necessário.
O índice de preços no consumidor de comida, álcool e tabaco manteve-se ao mesmo nível de Outubro, nos 0,5%. O contributo mais negativo para o nível de inflação registado este mês vem da energia, que já estava em terreno negativo e agravou a variação – passou de -0,2% para -2,5%.
Nos serviços, a evolução também vai no sentido descendente, com o índice de preços a recuar em um ponto percentual (de 1,2 para 1,1%). Já nos bens industriais (fora do sector energético) contributo foi menos negativo, com a taxa a passar de -0,1% para zero.