Estação de São Bento foi pequena para o concerto-não-tão-surpresa dos James

Banda britânica ofereceu esta quinta-feira um concerto aos fãs no átrio da emblemática estação de comboios de São Bento

Fotogaleria

Foram poucos os apanhados de surpresa, e foram mais aqueles que acorreram à estação para os ver de perto, naquele que esperavam ser um momento mais intimista com a banda. E o que aconteceu foi um grande momento de música da banda britânica - onde não faltou nada do que costuma haver nos grandes palcos mundiais (com coreografias nas colunas e mergulhos na multidão incluídos), com o acréscimo de haver conversa com os fãs, que tiveram direito a perguntas e a respostas. Porquê aqui, em São Bento? - foi uma delas. "(Porque) É tão bonito!", respondeu Tim Booth apontando para os azulejos da estação. A meia hora de concerto inicialmente prevista resvalou para quase uma e, no final, todos queriam ainda mais. 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Foram poucos os apanhados de surpresa, e foram mais aqueles que acorreram à estação para os ver de perto, naquele que esperavam ser um momento mais intimista com a banda. E o que aconteceu foi um grande momento de música da banda britânica - onde não faltou nada do que costuma haver nos grandes palcos mundiais (com coreografias nas colunas e mergulhos na multidão incluídos), com o acréscimo de haver conversa com os fãs, que tiveram direito a perguntas e a respostas. Porquê aqui, em São Bento? - foi uma delas. "(Porque) É tão bonito!", respondeu Tim Booth apontando para os azulejos da estação. A meia hora de concerto inicialmente prevista resvalou para quase uma e, no final, todos queriam ainda mais. 

Ana Soares e Fábio Oliveira, de 28 anos, souberam da existência deste concerto ontem pelas redes sociais. Meteram a tarde de férias no trabalho e rumaram de Esmoriz para o Porto. “Ainda não nos tínhamos decidido a comprar os bilhetes para Guimarães, é sempre uma despesa grande. Aqui, foi bem mais prático”, dizia Ana Soares, quanto faltavam 20 minutos para as três da tarde já o átrio da estação começava a ficar cheio. “A sorte é que em muitos sítios se falava que o concerto era às quatro. Mas é as três, anda depressa que já está quase cheio”, dizia alguém por detrás de Ana, ao telefone. As 15h02, depois de o microfone anunciar a chegada de um suburbano de Aveiro, começam a soar os acordes do “Out to Get”. Às 15h55 - depois de Tim Booth ter subido às colunas para cantar o “Interrogation”, uma faixa do último álbum “La petite Morte” - a estação rebentava pelas costuras.

Jorge Lopes, da produtora PEV Entertainment, explicou ao PÚBLICO que a ideia de oferecer um concerto gratuito à cidade do Porto surgiu há menos de uma semana, num brainstorming com a banda britânica que está, desde segunda feira, em Gaia num estúdio novo a escrever o próximo álbum. “Eles gostam muito de Portugal e da cidade. A cidade do Porto merecia um concerto assim, lembramo-nos deste local, e a Refer foi desde o primeiro minuto uma fantástica aliada”, explicou. Segundo a organização, as expectativas rondavam pelas 2000 pessoas na assistência, 2500 com a lotação esgotada. ”Imagino que esteve muito mais do que isso, dada a multidão que se juntou lá fora”, contabilizou Jorge Lopes.

As músicas oferecidas à cidade também acabaram por superar as previstas. Na folha amarrotada onde Saul Davies escreveu o alinhamento lia-se “Out to Get" e “Frozen”, “Laid” e “Moving On”. Somaram-se a estas Getting Away (com Tim Booth a mergulhar na multidão e a ser levado, em braços até à outra ponta da estação): “obrigada por serem tão simpáticos comigo, quando fiz isto em Glasgow fizeram-me uma espécie de colonoscopia”, brincou. E ainda houve “Interrogation” com o carismático vocalista a cantar em cima das colunas. No final, foi o guitarrista-violinista-percussionista Saul Davies quem se despediu, na língua que aprendeu com a mulher, portuguesa: “Já está. Vão para casa”. E entre gargalhadas da assistência, e as dele próprio, deixou o microfone com a frase “Boa sorte para o Sócrates”. Hoje a banda toca no pavilhão Multiusos, em Guimarães, e amanhã no Meo Arena, em Lisboa.