Há 50 anos que não morriam tão poucos polícias em serviço nos EUA

Uma segunda estatística diz que o número de "homicídios justificáveis" – da autoria de polícias – está a subir.

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A polícia americana recebeu o material que sobrou das guerras no Iraque e no Afeganistão AFP

Uma segunda estatística, do National Law Enforcement Memorial Fund, que recolhe dados há mais décadas, diz que desde 1944 que não morriam tão poucos polícias em serviço. E dá um dado adicional: "O número de mortes [de polícias] por armas de fogo [disparadas por criminosos] atingiu em 2013 o nível mais baixo em 126 anos, com 31 agentes mortos a tiro; em 1887 foram 27".

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Uma segunda estatística, do National Law Enforcement Memorial Fund, que recolhe dados há mais décadas, diz que desde 1944 que não morriam tão poucos polícias em serviço. E dá um dado adicional: "O número de mortes [de polícias] por armas de fogo [disparadas por criminosos] atingiu em 2013 o nível mais baixo em 126 anos, com 31 agentes mortos a tiro; em 1887 foram 27".

As estatísticas foram recuperadas depois da eclosão dos motins em Ferguson, onde um polícia matou um adolescente negro desarmado, porque, acreditando que era perigoso e podia estar armado, teve receio pela vida. O grande declínio nas mortes de polícias em serviço — desde 2011 que o número está a baixar — coincide com o aumento dos chamados "homicídios justificáveis".

Na definição do FBI, um "homicídio justificável" é "a morte de um criminoso por um polícia em serviço" — em 2013 este número subiu (os jornais não dão dados concretos porque os números não são recolhidos a nível federal e não são nacionais) e desde 1994 que não se contabilizavam tantos.

Por isso, sublinha o jornal The Washington Post, se há motivos para os cidadãos estarem mais tranquilos, porque há mais criminosos e menos polícias a morrer, também há motivo de apreensão. Sobretudo quando se olha para o crescente número de tragédias difíceis de explicar. Como o caso de Michael Brown, em Ferguson, ou o do rapaz de 12 anos de Cleveland, morto na semana passada por um polícia quando estava num parque a brincar com uma arma falsa, de plástico, ou como outro caso menos mediatizado, em Nova Iorque, onde a polícia matou acidentalmente um homem desarmado.

O jornal refere que, nos últimos anos, a polícia dos EUA beneficiou do material que foi regressando do Iraque e do Afeganistão, à medida que as tropas americanas foram abandonando estes cenários de guerra. Os polícias receberam material excedente e estão agora mais bem protegidos com equipamento mais seguro. Mas também estão mais bem armados, e proliferam agora os veículos blindados e as armas de assalto.