Eles não saem de casa e ganham dinheiro a jogar videojogos
As imagens dos quatro membros da Streamerhouse a jogar são emitidas via Twitch e o grupo ganha uma percentagem da publicidade gerada pelo site.
Num pacato bairro na Flórida, a Streamerhouse é idêntica às outras casas no quarteirão onde está situada. O que a distingue não é visível. É preciso entrar, ir à sala e à cave para o perceber. Quatro jovens, 20 câmaras instaladas no interior e exterior da casa de dois pisos, 15 ecrãs de computador e um equipamento de suporte de peso para aguentar com esta actividade extrema que é jogar videojogos.
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Num pacato bairro na Flórida, a Streamerhouse é idêntica às outras casas no quarteirão onde está situada. O que a distingue não é visível. É preciso entrar, ir à sala e à cave para o perceber. Quatro jovens, 20 câmaras instaladas no interior e exterior da casa de dois pisos, 15 ecrãs de computador e um equipamento de suporte de peso para aguentar com esta actividade extrema que é jogar videojogos.
O “projecto” teve a influência de outros grupos mas Tree, Inigo e Jesus decidiram criar um serviço de streaming que estivesse activo todos os dias, durante 24 horas. Para isso equiparam a casa, que passou a chamar-se Streamerhouse, e os interessados, que contribuem com 75 mil visualizações diárias, passaram a ver o grupo a jogar, a editar vídeos para o YouTube ou a cozinhar, sendo ainda convidados a conversar online com os jogadores. As emissões começaram em Setembro de 2013.
A qualquer hora do dia, quem visitar esta espécie de Big Brother no site Streamerhouse vai encontrar os quatro agarrados a um comando a jogar freneticamente todo o tipo de jogos, desde The World of Warcraft, Minecraft, Grand Theft Auto ou Destiny.
O esquema de trabalho na Streamerhouse é como em qualquer outra empresa. Robert Schill (Rober), 26 anos, faz um turno das 9h às 17h, desliga o seu comando de controlo, e passa o testemunho a Adam Young (Inigo), 29 anos, que se senta em frente a uma secretária até à 1h, altura em que entra em acção Brett Borden (Jesus), 26 anos, pronto para uma maratona de oito horas de jogo. Enquanto alguém joga, os outros membros do grupo falam online com os seus seguidores.
Sempre que um dos elementos da Streamerhouse — nenhum deles licenciados — se senta para jogar, todo o tempo em que estiver activo é gravado e emitido via Twitch, site onde os utilizadores podem assistir a outros a jogar videojogos, recentemente adquirido pela Amazon por mais de 735 milhões de euros.
O grupo ganha dinheiro através de uma percentagem conseguida pela publicidade no Twitch, subscrições, vendas de videojogos e donativos de fãs. Em Outubro, o grupo recebeu 6000 dólares de um admirador, segundo a AP.
À agência noticiosa, Rober conta que recebeu uma guitarra e um colchão. Mas as prendas mais frequentes para o grupo são pizzas, doces e roupa.
O Twitch admite que os streamers de topo conseguem ganhar seis dígitos por ano, enquanto os restantes se ficam por meia dúzia de dólares. No caso da equipa da Streamerhouse não são conhecidos os ganhos, mas os quatro jovens afirmam que conseguem pagar as despesas mensais da casa e ter todo o equipamento que utilizam diariamente, no valor de dezenas de milhares de dólares, completamente pago.
Estes streamers recusam que lhes chamem jogadores de videojogos profissionais. “Somos demasiado velhos para isso”, afirma Inigo. “É como nas artes marciais. Quanto mais novos começarmos, melhores somos.”
Esta segunda-feira, os números da Streamerhouse eram os seguintes: 35 milhões de visualizações, 75 mil diárias, 50 milhões de horas produzidas durante 455 dias.