Portuguesa que trabalhou na Armani cria a N. Meravigli em Milão
Aos 27 anos Ana Rita Almeida, apaixonada por moda, resolveu investir no seu sonho de ter a sua própria marca. Na Armani passou por "muitos stresses", mas também teve "muitos momentos de felicidade”
Em criança brincava com vestidos e organizava desfiles de moda. Já na adolescência admite que “namorava a moda em si”. Há três anos e meio Ana Rita Almeida entrou no universo Armani, de onde saiu recentemente para criar o seu próprio mundo, a marca N. Meravigli.
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Em criança brincava com vestidos e organizava desfiles de moda. Já na adolescência admite que “namorava a moda em si”. Há três anos e meio Ana Rita Almeida entrou no universo Armani, de onde saiu recentemente para criar o seu próprio mundo, a marca N. Meravigli.
Ana, natural de Coimbra, mora em Milão há cerca de cinco anos e meio. Desde sempre que aquilo de que mais gosta é de moda. Ao chegar ao 12º estava determinada a enveredar por essa área, apesar dos constrangimentos e dificuldades que lhe diziam que tal implicaria.
Durante a sua estadia no curso de Design e Marketing de Moda na Universidade do Minho, em Guimarães, era uma pessoa muito sociável, no entanto conseguia bons resultados. No entanto, após a conclusão da licenciatura as suas ambições estenderam-se além-mar. “Acho que é importante sair de Portugal. Por um lado é uma aventura, mas custa um pouco por afastamento”, refere Ana relativamente às mudanças que a experiência de residir num novo país lhe trouxe. A jovem foi por uns tempos para a Central Saint Martins, em Londres onde fez um curso de Design de Moda. “Gostei e gosto muito de Londres mas acabei por optar vir estudar e viver para Milão”.
Assim foi e, em 2011, Ana mudou-se para essa mesma cidade em Itália para fazer uma pós-graduação e um mestrado no Instituto Marangoni. Escolheu Milão pela sua fama de “capital da moda” e por ser caracterizada com “um estilo criativo mas ao mesmo tempo vestível. Não é demasiado conceptual mas ao mesmo tempo não é muito comercial”. Essa mudança fez com que Ana passasse a ser muito mais dedicada aos estudos, conseguindo inclusive estar entre as alunas com “quadro de honra”.
O universo Armani
Há três anos e meio Ana entrou na Armani Jeans no âmbito de um estágio após algumas entrevistas com Silvana Armani, sobrinha de Giorgio Armani (criação de Armani na foto em cima). Estagiou durante seis meses, recebendo depois extensão de estágio. Eventualmente Ana passaria para a Armani Exchange (definida por uma linha mais comercial e mais dirigida a um mercado fora da Europa), no cargo de designer responsável pela parte feminina.
“Passei muitos stresses, mas também tive muitos momentos de felicidade”, refere Ana relativamente à sua estadia na Armani. Além das experiências, a portuguesa teve ainda a oportunidade de conhecer o próprio Giorgio Armani em pessoa. “É uma pessoa profissional. É sério, mas ao mesmo tempo não transmite agressividade e sim bem-estar”.
“Apesar de ser difícil, o sonho de qualquer designer é ter uma marca própria”. Naturalmente Ana deu um passo que redefiniria a sua carreira: saiu da Armani para criar a N. Meravigli. “Não é difícil sair. É, sim, difícil em termos psicológicos porque implica sair de um meio segura para investir num sonho, algo mais incerto”.
Estilo "divertido mas profissional"
Juntou-se ao seu namorado, Pedro Melo, formado em Engenharia de Materiais. Juntos formam uma dupla com funções distintas: ela trata da parte criativa, ele da parte numérica. “Acho que temos um equilíbrio bom”, refere Ana.
Surgiu assim neste ano a N. Meravigli, um projecto que apesar de ainda estar nos seus primórdios promete não deixar as mulheres indiferentes.
“Um status de glamour, moda e produtos exclusivos intemporais. Amado e inspirado por mulheres de beleza”, pode-se ler na sua descrição da página de Facebook. “Quero que seja uma marca que misture um estilo clássico com moderno. Pretendo também que seja intemporal”, explicou Ana. Os produtos da marca serão dirigidos a mulheres entre os 23 e os 50 anos. O estilo da vestimenta para essas mulheres será “divertido, mas profissional”.
Relativamente ao seu futuro Ana admite pretender continuar a desenhar e surpreender com os novos projectos.