Luso-descendente identificado como um dos carrascos das últimas decapitações na Síria
Pais do jovem que nasceu em França são oriundos do Ribatejo e emigraram para a cidade francesa de Lille.
O PÚBLICO sabe que os seus pais são oriundos do Ribatejo e que há muito emigraram para território francês, onde se instalaram na zona de Lille. Segundo o jornal francês, trata-se de d’Abou Uthman, cidadão francês residente em Roubaix, de origem portuguesa, da qual conserva o apelido Dos Santos. Este jovem, de 22 anos, aparece no vídeo divulgado no passado domingo como um dos carrascos dos 16 soldados sírios que foram decapitados, quando também foi divulgada a decapitação do cidadão norte-americano Peter Kassig.
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O PÚBLICO sabe que os seus pais são oriundos do Ribatejo e que há muito emigraram para território francês, onde se instalaram na zona de Lille. Segundo o jornal francês, trata-se de d’Abou Uthman, cidadão francês residente em Roubaix, de origem portuguesa, da qual conserva o apelido Dos Santos. Este jovem, de 22 anos, aparece no vídeo divulgado no passado domingo como um dos carrascos dos 16 soldados sírios que foram decapitados, quando também foi divulgada a decapitação do cidadão norte-americano Peter Kassig.
O diário francês Le Monde avança na edição desta quarta-feira que d’Abou Uthman tem por nome de baptismo Michael dos Santos e é originário de Champigny-sur-Marne (Val-de-Marne), na região de Paris. O seu nome aparecia já num inquérito judicial aberto em 2013 em França e que se destinava a investigar uma fileira de jihadistas franceses que estavam de partida para a Síria.
Os serviços de segurança não têm indícios que levem a concluir que d’Abou Uthman tenha estado em Portugal. A sua militância é a de um mero soldado, sem funções de responsabilidade na hierarquia do EI. Ao contrário do que ocorre com Patrício Saraiva, de 28 anos, de família natural de Angola, referenciado pela intelligenzia ocidental como ideólogo da organização terrorista. Ou como acontece com Steve, como é conhecido um luso-luxemburguês de 27 anos cuja família emigrou de Trás-os-Montes para o grão-ducado. Os seus conhecimentos informáticos e recursos na utilização das redes sociais indicam um papel importante no sector da propaganda do EI.
Como o PÚBLICO noticiou em exclusivo em 6 de Novembro, outro “combatente estrangeiro” português foi notícia. Trata-se de Sandro “Funa”, 36 anos, que morreu em finais de Outubro na Síria na sequência de ferimentos provocados por um bombardeamento. A morte deste homem, de origem cabo-verdiana, e residente até 2007 na linha de Sintra, de onde partiu para Londres, foi a primeira baixa entre os jihadistas portugueses a combater na Síria. No entanto, no Iraque, em 22 de Maio último, na área de Mashahada, nos arredores da capital Bagdad, outro jovem português a residir em França, cujos pais eram naturais de Tondela, já cometera um atentado suicida.
Os jihadistas de origem portuguesa que integram as filas do autoproclamado Estado Islâmico converteram-se ao islamismo e radicalizaram-se nos países do acolhimento, de onde seguiram para os campos de batalha da Síria através da Turquia. Mais recentemente, como o PÚBLICO revelou, as forças de segurança detectaram apoio logístico a este movimento rumo à Síria. Uma espécie de “recuo”, nas localidades de Mira Sintra, Mem Martins e Algueirão, todas na linha de Sintra, que advém de a partir da capital portuguesa existirem voos directos para Istambul.