Ramirez encerra as fábricas de conservas em Matosinhos e Peniche para abrir uma nova
Nova unidade, localizada em Lavra, vai ser inaugurada em Maio.
Questionada pela Lusa, a empresa adiantou que já comunicou aos trabalhadores "a decisão de encerrar as duas unidades actuais" em Leça da Palmeira (Matosinhos) e Peniche e "transferir toda a produção para a nova unidade", a fábrica denominada "Ramirez 1853", localizada em Lavra, outra das freguesias do concelho de Matosinhos.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Questionada pela Lusa, a empresa adiantou que já comunicou aos trabalhadores "a decisão de encerrar as duas unidades actuais" em Leça da Palmeira (Matosinhos) e Peniche e "transferir toda a produção para a nova unidade", a fábrica denominada "Ramirez 1853", localizada em Lavra, outra das freguesias do concelho de Matosinhos.
O investimento de 18 milhões de euros e a necessidade de concentração da produção e da mão-de-obra são justificados com a antiguidade das actuais unidades, que "laboram há 60 anos e já não se compadecem com os desafios de espaço e as novas exigências das certificações nacionais e internacionais" exigidas às indústrias conserveiras.
Os postos de trabalho "estão assegurados" na nova fábrica, de acordo com a empresa.
Contudo, o presidente da Câmara de Peniche, António José Correia, mostrou-se esta terça-feira preocupado com a decisão e com a eventual extinção dos 40 postos de trabalho que a Ramirez tem em Peniche, ao alertar que a maior parte dos trabalhadores tem "mais de 50 anos e não vai conseguir mudar a sua vida para lá [Matosinhos]".
Em caso de despedimentos, António José Correia defendeu que as indemnizações deverão ter "uma discriminação positiva", devendo ser calculadas acima do que prevê a legislação laboral. "Não ponho em causa que a Ramirez resolva o problema dos trabalhadores cumprindo com aquilo que a lei diz para cumprir, mas, como são pessoas com alguma idade que lá trabalham há muitos anos, a câmara entende que não pode ser só isso", sublinhou.
A estas preocupações, a empresa não deu resposta à Lusa.
O autarca considerou que é uma "grande ingratidão da Ramirez" para com Peniche, lembrando que os executivos municipais "nunca criaram obstáculos a que a fábrica funcionasse, mesmo quanto algumas questões ambientais não estavam a ser cumpridas".
O autarca disse que a empresa está a equacionar o destino a dar às instalações de Peniche, mas a empresa nada adiantou sobre esse assunto à Lusa.
A fábrica de Peniche tem 30 trabalhadores permanentes e dez temporários. Receoso com o despedimento na cidade, António José Correia já se reuniu com o sindicato representativo dos trabalhadores do sector e tem vindo a promover encontros entre sindicato e investidores de novas conserveiras previstas para o interior do Porto de Peniche.