A palavra Oxford do ano é “vape”

A abreviatura de vapor e vaporizar tem vindo a generalizar-se com o crescendo na utilização de cigarros electrónicos.

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João Cordeiro/Arquivo

Simultaneamente substantivo e verbo, segundo um post publicado no blog dos Oxford American Diccionaries, a definição de “vape” ficou estabelecida e registada nos dicionários de referência para a lexicografia nos Estados Unidos em Agosto deste ano. As suas origens detectáveis são, no entanto, longínquas ao ponto de antecederem a existência dos cigarros electrónicos – segundo o mesmo post, apesar de os cigarros electrónicos terem chegado ao mercado apenas no século XXI, em 1983, num artigo intitulado Porque é que as pessoas fumam?, Rob Stepney descrevia um dispositivo hipotético: “um inalador ou cigarro ‘não-combustível’, a parecer-se muito com os cigarros reais, mas… a libertar uma dose calibrada de vapor de nicotina. (O novo hábito, a pegar, seria conhecido como ‘vaping’)”.  

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Simultaneamente substantivo e verbo, segundo um post publicado no blog dos Oxford American Diccionaries, a definição de “vape” ficou estabelecida e registada nos dicionários de referência para a lexicografia nos Estados Unidos em Agosto deste ano. As suas origens detectáveis são, no entanto, longínquas ao ponto de antecederem a existência dos cigarros electrónicos – segundo o mesmo post, apesar de os cigarros electrónicos terem chegado ao mercado apenas no século XXI, em 1983, num artigo intitulado Porque é que as pessoas fumam?, Rob Stepney descrevia um dispositivo hipotético: “um inalador ou cigarro ‘não-combustível’, a parecer-se muito com os cigarros reais, mas… a libertar uma dose calibrada de vapor de nicotina. (O novo hábito, a pegar, seria conhecido como ‘vaping’)”.  

Desde então, a revista britânica de ciências sociais New Society, onde este artigo foi publicado, desapareceu – com uma edição semanal desde 1962, foi extinta em 1988. Mas o universo “vaping” esteve apenas dormente. Até 2009, quando, segundo os Oxford American Diccionaries, a expressão começou a aparecer com regularidade em fontes “mainstream” ligada aos cigarros electrónicos – generalizando-se com o crescendo na utilização desses dispositivos cada vez mais presentes.   

Ao longo de 2014 um norte-americano terá tido 30 vezes mais probabilidades de se cruzar com a palavra “vape” do que há dois anos. E ao longo do último ano o uso do termo terá duplicado. No mundo anglo-saxónico, o maior pico de crescimento de utilização deu-se em Abril último. Foi quando o primeiro “café vape” abriu portas no Reino Unido – o The Vape Lab, em Soreditch, Londres – e quando, nos Estados Unidos, a cidade de Nova Iorque assistiu a manifestações contra as leis que baniam o fumo electrónico em interiores, tal como a partir de meados da década de 1990 e ao longo do arranque do novo milénio aconteceu com a proibição do fumo de cigarros de tabaco em espaços públicos. Entre outros, no mês de Abril, segundo o levantamento feito pelos linguistas dos Oxford American Diccionaries, o “vaping” foi debatido em instâncias como o Washington Post, a BBC e o The Telegraph

Depois de em 2013 a palavra do ano Oxford ter sido “selfie”, sucedendo a “GIF”, a vencedora de 2012, este ano “vape” bateu finalistas mais obscuros para quem não tenha o inglês como língua mãe: “bae”, usado carinhosamente entre membros de um casal, “budtender”, para quem trabalha numa coffeeshop (de venda de cigarros de cannabis ou haxixe), “contactless”, ligado ao contacto sem fios, por proximidade, entre dispositivos electrónicos através dos quais se podem fazer pagamentos, “indyref”, abreviatura para “referendo de independência” (referindo-se à Escócia), “normcore”, sobre o uso de roupa fora de moda como afirmação de moda, e “slacktivism”, para activismo através da Internet e redes sociais.