cartas à directora 15/11
25 anos depois da “queda do Muro de Berlim”
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
25 anos depois da “queda do Muro de Berlim”
Por ter terminado um modo ou modelo, não significa que tenham acabado as razões para se lutar por uma sociedade mais justa e igualitária.
A História está cheia de exemplos de modelos que foram derrotados momentaneamente mas que em seguida se concretizaram de um modo diferente com os mesmos objectivos.
Numa altura em que tanto se fala de um modelo para a Europa, lembro que a via ateniense para a Democracia foi derrotada por Esparta e esteve sepultada quase 19 séculos.
Em 1789, as mensagens de liberdade, igualdade e fraternidade venceram, foram derrotadas pela reacção e pelo tratado de Viena, a Comuna foi esmagada em 1871, mas os ideais da liberdade e da igualdade integrais, nos direitos e deveres ressurgiram com os “dez dias que abalaram o mundo”. Estes acontecimentos marcaram de tal modo o século XX, que hoje já se considera que esse período é o da luta e da emancipação do Homem, a que não foi alheio a enorme derrota sofrida por todos os imperialismos com a libertação e erradicação do colonialismo.
Esta vitória da Humanidade deve-se, em grande parte, ao sistema que com todos os seus erros, terminou com a queda do muro de Berlim.
25 anos depois, poucos serão os que no mundo, consideram que o capitalismo nas suas diferentes formas garante o bem estar e a igualdade entre todos os homens e hoje, depois da recente procissão de guerras a que assistimos, os povos continuam à procura de um sistema, que com respeito pela democracia integral, garanta o fim das guerras e os ideais do socialismo.
Vítor Morgado, Ponte de Sor
Demitam-no ou demita-se
A Comissão Internacional de Jornalistas de Investigação, revela que mais de 340 empresas “gozaram de taxas efectivas de impostos inferiores a 1%[!] nos lucros canalizados para o Luxemburgo”. Estas multinacionais conseguiram fugir legalmente ao pagamento de impostos nos países onde concretizaram os seus negócios. Tudo aconteceu entre 2002 e 2010 onde o actual presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, foi 1º ministro, entre 1995 e 2013, acumulando a pasta das Finanças até 2009... Aquele jornalismo de investigação (bem-hajam!) adiantou que as transacções se cifraram em centenas de milhares de milhões de dólares que corresponderiam ao pagamento de impostos no valor de milhares de milhões de dólares! O sr. Juncker pediu sacrifícios inauditos aos países sem dinheiro, nos seus orçamentos, enquanto ajudava empresas a fugirem aos impostos nesses mesmos países. Estamos em presença duma lei sem equidade, mas sim, imoral, sem ética e gananciosa que faz dos fortes fortíssimos e ainda mais ricos, agravando a subjugação, exploração e desprezo dos países mais vulneráveis economicamente. As multinacionais encontraram em Juncker mão amiga para seus significativos benefícios fiscais...
O presidente recém empossado para a Comissão Europeia não tem condições, nem moral para desempenhar o alto cargo – demitam-no ou demita-se!
Vítor Colaço Santos, S. João das Lampas
A violência no Brasil
É muito preocupante o aumento da violência. Quer seja no Brasil, em Portugal ou noutro canto do mundo.
No PÚBLICO de ontem, como notícia de destaque, números aberrantes, terríveis, gigantes e assustadores: no ano passado houve 53.646 mortes no Brasil e a polícia brasileira matou 6 pessoas por dia (em média!).
Um homicídio a cada 10 minutos. Foram contabilizadas 53.646 mortes violentas em apenas um ano. 36, 6% são jovens entre os 15 e os 24... Não podemos arredondar números. Cada morte é de valorizar. Cada vida que se perde é para contar. As pessoas contam. As pessoas contam para alguma coisa? Têm que contar. Só por elas é que devia fazer sentido ser político!
Céu Mota, Sta Maria da Feira