Carlos Moreira da Silva regressa à administração da Sonae indústria
Empresa tem em curso um aumento de capital para financiar plano de reestruturação.
Moreira da Silva, presidente da Sonae Indústria durante um longo período de tempo, regressa ao conselho de administração “como membro não executivo e membro da Comissão de Auditoria e Finanças”, informou a empresa, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
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Moreira da Silva, presidente da Sonae Indústria durante um longo período de tempo, regressa ao conselho de administração “como membro não executivo e membro da Comissão de Auditoria e Finanças”, informou a empresa, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Com esta designação o Conselho de Administração procura agregar "pessoas de reconhecida competência e experiência na área industrial, com vista ao desenvolvimento da estratégia da Sonae Indústria”, adianta o comunicado.
Moreira da Silva regressa pela terceira vez à Sonae Indústria, uma empresa que conhece bem, já que esteve ligado a momentos-chave da companhia, designadamente à expansão internacional na década de 90, através da compra da espanhola Tafisa e da alemã Glunz, que lhe garantiram uma dimensão multinacional.
A última saída da Sonae Indústria ocorreu em 2005, para assumir o controlo da Barbosa & Almeida (BA), através de uma operação de management buy out, facilitada pela Sonae, que entretanto lhe cedeu o controlo do negócio.
Para além da BA, que através de algumas aquisições se tornou num player da indústria vidreira europeia, Moreira da Silva esteve ligado à espanhola La Seda, empresa onde entrou já num quadro de falência e que se encontra actualmente em liquidação.
O regresso do gestor à Sonae Indústria acontece num momento difícil para a empresa, pela acumulação de vários exercícios com prejuízos e um nível de endividamento elevado, numa conjuntura macroeconómica desfavorável à empresa, muito dependente do sector da construção e do imobiliário.
Os resultados do terceiro trimestre, divulgados esta quarta-feira, permanecem na senda negativa, com os prejuízos até Setembro a ascenderem a 47 milhões de euros, mais 5% do que em igual período do ano passado. O volume de negócio caiu 6%, para 856 milhões de euros. Já o EBITDA aumentou 30%, para 65 milhões de euros e o EBITDA recorrente subiu 5%, para 66 milhões de euros.
A empresa tem em curso um aumento de capital, no montante de 150 milhões de euros, a realizar a preço de subscrição de 0,01 euros por acção. A negociação de direitos, que decorre até à próxima quarta-feira, continua a ser marcada por uma forte desvalorização. Esta quinta-feira negociaram-se três milhões de direitos e o valor de fecho foi de 0,005 euros.