Plano estratégico do novo CEO da PT Portugal aposta na redução de custos

O presidente executivo da PT Portugal, Armando Almeida, quer uma empresa mais eficiente, focada em reafirmar a liderança de mercado e a crescer na televisão com novos serviços.

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Novo plano de desenvolvimento da PT Portugal deverá ser apresentado dentro de algumas semanas PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP

Engenheiro de formação, o gestor, que esteve na Nokia Siemens, quer melhorar os custos da empresa no âmbito de um processo que, segundo informações recolhidas pelo PÚBLICO, vai inevitavelmente afectar os diversos fornecedores de bens e serviços à PT Portugal. Para tal, será desenvolvida uma nova área, o Project Management Office, que servirá para centralizar processos e garantir, por exemplo, que as metas previstas para os custos são cumpridas. 

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Engenheiro de formação, o gestor, que esteve na Nokia Siemens, quer melhorar os custos da empresa no âmbito de um processo que, segundo informações recolhidas pelo PÚBLICO, vai inevitavelmente afectar os diversos fornecedores de bens e serviços à PT Portugal. Para tal, será desenvolvida uma nova área, o Project Management Office, que servirá para centralizar processos e garantir, por exemplo, que as metas previstas para os custos são cumpridas. 

A estratégia de melhoria de rentabilidade da empresa demorará cerca de 18 a 24 meses a estar concluída, mas o gestor pretende que haja efeitos já no ano que vem. Para todos os efeitos, a PT Portugal, apesar de gerar um EBITDA volumoso (1162 milhões em 2013), tem depois diversos encargos que atenuam o free cash flow (e que pode ser usado para reforçar o investimento, remunerar melhor os accionistas ou diminuir o fardo da dívida líquida, que apesar de ter vindo a descer ronda os 6000 milhões).  É precisamente aqui que Armando Almeida pretende actuar, acabando com o que se considera como “desperdícios” no seio da PT Portugal, num momento em que a actividade se vê afectada pela  guerra de preços entre operadores concorrentes. 

Assumida estará também a necessidade de preparar para novas funções algumas das cerca de 11 mil que a PT tem no activo, já que a aposta nos despedimentos não aparenta estar em cima da mesa. 

O plano estratégico desenhado pelo gestor, e que será apresentado dentro de poucas semanas, surge numa altura em que a empresa do grupo brasileiro Oi é disputada por vários concorrentes, como a francesa Altice e os accionistas da NOS (Sonae e Isabel dos Santos).

No que diz respeito aos outros dois pontos da nova estratégia para a empresa de telecomunicações, os objectivos são, aparentemente, simples: manter a liderança e continuar a apostar na inovação. As duas questões estão interligadas, já que a ideia é ganhar mais quota de mercado na televisão paga, onde a NOS é líder graças à herança da TV Cabo. Para isso, a PT Portugal quer responder com novos serviços e funcionalidades que fidelizem e captem os clientes. Ao nível do marketing e publicidade, esperam-se também algumas alterações no panorama da empresa, que deixará de patrocinar os três maiores clubes de futebol no fim da actual temporada. A partir daqui, a PT Portugal vai esforçar-se por explicar aos consumidores, através dos vários media, o que é que a diferencia da concorrência (onde se inclui a Vodafone).

Para já, no interior da empresa o que se sabe do plano de Armando Almeida é o que o gestor desvendou na quinta-feira, quando enviou uma carta de motivação aos trabalhadores. Na sua mensagem, o presidente da PT Portugal destacou que, na actual “fase particularmente desafiante”, a empresa “continua focada nos seus clientes e mobilizada para a melhoria da sua eficiência operacional”. “Esta atitude diferencia-nos e é decisiva na antecipação de uma história que continuará a ser de liderança, de aposta na inovação e de entrega dos melhores resultados”, sublinhou o gestor, adiantando, então, ter em curso “um plano de desenvolvimento centrado em três pilares: Liderança, Inovação e Eficiência Operacional”.

Numa altura que se vive um ambiente diferente do passado, com alguma ansiedade entre os funcionários da PT, o gestor afirmou na mesma carta que recebeu “provas inequívocas do valor de um dos mais importantes activos da empresa – o seu capital humano” e que há evidências” que “permitem manter a confiança” no percurso futuro da empresa.