O primeiro republicano negro do Sul no Senado e a ascensão de um novo Bush
Desde a Guerra Civil que um negro não era eleito pelo Sul.
Os analistas escreveram que são duas vitórias muito significativas, pois provam que o Partido Republicano está a alargar a sua base de apoio a sectores não tradicionais.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Os analistas escreveram que são duas vitórias muito significativas, pois provam que o Partido Republicano está a alargar a sua base de apoio a sectores não tradicionais.
Tim Scott — eleito pela Carolina do Sul — não é uma figura nova no Congresso de Washington. Já se sentava na bancada republicana desde Janeiro de 2013, quando substituiu outro senador. Agora que se apresentou a eleições e ganhou, o lugar é seu por direito de voto.
No Utah, os eleitores republicanos elegeram Mia Love, antiga presidente da câmara de Saratoga Springs, para a Câmara de Representantes. De sublinhar que o número de mulheres no Congresso chegou aos 100 nestas eleições.
Os analistas referiram ainda a forte presença de negros nestas eleições, cem candidatos, um número considerado exepcional num país onde o Presidente é negro (Barack Obama, democrata) e onde uma mulher negra já teve um dos cargos mais poderosos, o de secretária de Estado (Condoleezza Rice, republicana).
Noutro ponto do país, no rico Texas, outra vitória voltou a pôr nos títulos dos jornais o apelido Bush — família que já deu dois presidentes aos EUA (George e George W.) e que aspira dar mais outro. George Prescott Bush, de 38 anos, tornou-se o primeiro da sua dinastia política a vencer a primeira eleição a que se candidatou; foi eleito comissário sobre o direito dos recursos naturais e da Terra, um cargo que parece pouco relevante mas que tem muito peso no Texas, um estado produtor de petróleo.
O pai de George P., Jeb Bush (que era governador da Florida quando o irmão, George W. Bush, venceu as presidenciais, precisamente devido aos votos, polémicos, que conseguiu neste estado), é um o nome desejado por um sector republicano para ser o candidato do partido às presidenciais de 2016. Jeb Bush é casado com uma mexicana e no partido há quem considere que é o candidato certo para cativar os votos da comunidade hispânico-americana, cada vez maior e mais influente.
Na semana passada, George P., de propósito ou sem querer — nunca se sabe no jogo político —, disse aos jornalistas que a candidatura do pai é uma possibilidade e que a família já falou sobre ela. "Se me perguntassem há uns anos, eu diria que não era provável." Mas agora, se Jeb Bush decidir avançar, "terá toda a família a apoiá-lo".