Ritmo de criação de emprego pode não se manter, avisa FMI

Fundo diz que aumento do emprego está relacionado com as políticas activas e com as políticas de contratação das empresas que se ajustaram demasiado durante a recessão.

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O crescimento do emprego pode abrandar, diz FMI Enric Vives-Rubio

O FMI diz que a recuperação económica, embora lenta, tem sido, até agora, “altamente favorável à criação de emprego”. Mas também lembra que esse aumento do emprego reflecte, em parte, um crescimento da economia assente no consumo privado, e os efeitos das políticas de activação de desempregados e das políticas de contratação das empresas que, durante a recessão, reduziram excessivamente a sua força de trabalho e agora precisam de pessoal para fazer face ao aumento das encomendas.

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O FMI diz que a recuperação económica, embora lenta, tem sido, até agora, “altamente favorável à criação de emprego”. Mas também lembra que esse aumento do emprego reflecte, em parte, um crescimento da economia assente no consumo privado, e os efeitos das políticas de activação de desempregados e das políticas de contratação das empresas que, durante a recessão, reduziram excessivamente a sua força de trabalho e agora precisam de pessoal para fazer face ao aumento das encomendas.

Para o fundo, os efeitos das políticas activas de emprego e de alguma recontratação de pessoal nessas empresas que se ajustaram excessivamente nos anos anteriores “são uma advertência contra as expectativas de que este ritmo de criação de emprego pode ser sustentado”.

Ontem, a Comissão Europeia já tinha deixado alertas semelhantes. Nas previsões de Outono, Bruxelas reconhece que o mercado de trabalho português continua a recuperar. Contudo, as recentes melhorias no emprego “parecem estar, de alguma forma, relacionadas com o sucesso das políticas activas de emprego”, inflacionando a dinâmica do mercado de trabalho.

Os avisos surgem no dia em que o Instituto Nacional de Estatística divulgou os resultados do inquérito ao emprego do terceiro trimestre do ano, que apontam para um recuo da taxa de desemprego de 13,9% para 13,1% e para uma recuperação do emprego, sobretudo em  comparação com o ano passado, com a criação de 96 mil novos postos de trabalho. A maior parte do emprego criado foi na indústria e nos serviços.

O Fundo Monetário Internacional alerta que o ritmo de criação de emprego que se tem verificado nos últimos trimestres poderá abrandar. O aviso é deixado no documento que resume os resultado da visita que o fundo, em articulação com a Comissão Europeia e com o Banco Central Europeu, fez a Portugal para avaliar a situação do país após o fim do programa da <i>troika</i>.

O FMI diz que a recuperação económica, embora lenta, tem sido, até agora, “altamente favorável à criação de emprego”. Mas também lembra que esse aumento do emprego reflecte, em parte, um crescimento da economia assente no consumo privado e os efeitos das políticas de activação de desempregados e das políticas de contratação das empresas que, durante a recessão, reduziram excessivamente a sua força de trabalho e agora precisam de pessoal para fazer face ao aumento das encomendas.

Para o fundo, os resultados das políticas activas de emprego e de alguma recontratação de pessoal nessas empresas que se ajustaram excessivamente nos anos anteriores “são uma advertência contra as expectativas de que este ritmo de criação de emprego pode ser sustentado”.

Se para este ano o FMI aponta para um crescimento do emprego de 2,3%, para 2015 e 2016 prevê um ritmo inferior a 1%, abrandando de ano para ano.

Na terça-feira, a Comissão Europeia já tinha deixado alertas semelhantes. Nas previsões de Outono, Bruxelas reconhece que o mercado de trabalho português continua a recuperar. Contudo, as recentes melhorias no emprego “parecem estar, de alguma forma, relacionadas com o sucesso das políticas activas de emprego”, inflacionando a dinâmica do mercado de trabalho.

Os avisos surgem no dia em que o Instituto Nacional de Estatística divulgou os resultados do inquérito ao emprego do terceiro trimestre do ano, que apontam para um recuo da taxa de desemprego de 13,9% para 13,1% e para uma recuperação do emprego, sobretudo em comparação com o ano passado, com a criação de 96 mil novos postos de trabalho. A maior parte do emprego criado foi na indústria e nos serviços.

Para o próximo ano, as projecções do Governo divergem dos números – também diferentes entre si – da Comissão Europeia e do FMI. Enquanto Bruxelas aponta para um nível de desemprego de 13,6% da população activa e o FMI projecta 13,5%, o executivo prevê uma taxa de 13,4%.

Segundo o FMI, quanto menos constrangimentos houver às exportações e ao investimento das empresas, mais propício é o ambiente económico à criação de postos de trabalho.

No cenário ideal, refere o FMI, “o aumento das exportações facilitaria um aumento sustentável das importações, especialmente de bens de investimento, criando um ciclo virtuoso de crescimento”. Só que, alerta, “a incapacidade de responder a este desafio de crescimento resultaria, provavelmente, num [movimento] contínuo de emigração de um grande número de trabalhadores, enquanto as competências dos desempregados que ficam no país e não encontram emprego se degradam”. E, no caso português, aumentar a competitividade é “indiscutivelmente mais difícil”, alerta a instituição, lembrando as dificuldades de conjuntura acrescidas no curto prazo.

Tal como a Comissão Europeia, o FMI está a contar com um crescimento mais brando da economia no próximo ano face à projecção do Governo, sendo mais conservador em relação ao mercado de trabalho, à recuperação do consumo privado e ao crescimento das exportações.

Enquanto o executivo está a contar que a economia cresça 1,5% no próximo ano, o FMI projecta uma progressão de 1,2% e Bruxelas um crescimento de 1,3%. No caso do emprego, o fundo prevê que, depois de um ritmo de 2,3%, a criação de postos de trabalho aumente 0,8% no próximo ano, baixando em 2016 para 0,6%, números com os quais o FMI sustenta os alertas agora deixados sobre as fragilidades da criação de emprego em Portugal.