1,2 milhões de pessoas afastadas do mercado de trabalho
Conheça os principais aspectos do inquérito ao emprego do INE.
Licenciados com mais emprego
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Licenciados com mais emprego
O aumento do emprego que se está a verificar beneficia sobretudo os trabalhadores com formação superior, que têm mais facilidade em encontrar trabalho, e os que terminaram o ensino secundário.
De acordo com o INE, no último ano, foram criados 144,6 mil postos de trabalho para licenciados e 66,8 mil para trabalhadores com o 12º ano.
Pelo contrário, verifica-se uma redução de 115,7 mil pessoas na população empregada que não foi além do ensino básico.
E embora em termos globais se tenha verificado uma queda da população activa, sobretudo por causa da forte redução dos activos com o ensino básico, há um aumento muito expressivo, de 118,5 mil pessoas, que concluíram o ensino superior.
Queda da população activa penaliza jovens dos 24 aos 34 anos
A queda da população activa no último ano penalizou sobretudo os jovens entre os 25 e os 34 anos. Os dados do INE mostram que os activos dentro desta faixa etária registaram um recuo superior a 43 mil pessoas.
O problema é que a população inactiva entre os 25 e os 34 anos também se reduziu e a população empregada com estas características teve um aumento pouco expressivo de 4,6 mil pessoas.
Para o economista João Cerejeira, estes números indiciam que estes activos - que deixaram de constar nas estatísticas e que, na sua maioria não conseguiram voltar ao mercado de trabalho – terão emigrado.
1,2 milhões arredados do mercado de trabalho
No final de Setembro, o INE dá conta de uma queda da população inactiva tanto na comparação trimestral como na comparação anual. Mas numa análise mais profunda verifica-se há um aumento dos inactivos à procura de emprego, mas que não estavam disponíveis para trabalhar, e dos inactivos que querem trabalhar mas não procuraram emprego nas semanas que antecederam o inquérito.
Os inactivos não disponíveis eram quase 30 mil, mais 21,8% do que no ano passado e mais 4,2% do que no trimestre anterior. Já os inactivos disponíveis eram mais de 302 mil, um pouco menos (-0,7%) do que em 2013, mas mais 17,8% do que no final de Junho.
Se aos 688,9 mil desempregados somarmos os inactivos disponíveis e não disponíveis e ainda os 232,1 mil trabalhadores que trabalham menos horas do que estariam dispostos (subemprego de trabalhadores a tempo parcial), então o número total de pessoas arredadas do mercado de trabalho ultrapassa 1,2 milhões de pessoas.
Desemprego jovem baixa
O desemprego jovem continua acima dos 30%, mas recuou em comparação com o trimestre anterior e com o ano passado. Neste momento, 32,2% dos jovens entre os 15 e os 24 anos estão sem trabalho (ver entrevista na página 18).
Apesar de a taxa de desemprego nesta faixa etária ter recuado, o número de jovens à procura de emprego mantém-se nos 129 mil. Isto deve-se ao facto de a população activa entre os 15 e os 24 anos ter registado um aumento expressivo do segundo para o terceiro trimestre, o que acabou por influenciar a taxa de desemprego dos jovens (que é medida pela proporção de jovens desempregados no total da população activa neste escalão etário).
Madeira e Lisboa lideram recuo do desemprego
No período de um ano, a taxa de desemprego diminuiu em todas as regiões do país, com os maiores decréscimos a ocorrerem na Madeira (quatro pontos percentuais), em Lisboa (3,9 pontos percentuais) e no Alentejo (3,5 pontos percentuais).
Ainda assim, no terceiro trimestre de 2014, as taxas de desemprego mantiveram-se superiores à média nacional nos Açores (15,7%), no Norte (14,3%) e em Lisboa (14%). Enquanto no Centro (10,5%), no Algarve (11,2%), no Alentejo (12,6%) e na Madeira (13%) se registaram valores inferiores à média.
Em relação ao trimestre anterior, a taxa de desemprego diminuiu em todas as regiões, com excepção do Centro, onde aumentou 0,1 pontos percentuais.