Espanha inaugura mil quilómetros de linhas de alta velocidade em 2015
Obras prosseguem na linha Madrid-Badajoz. Ministra espanhola espera que Portugal faça a sua parte para ligar as duas capitais ibéricas.
Entre os investimentos de maior vulto encontra-se o corredor norte de acesso à Galiza, cuja linha entre Medina del Campo, Ourense e Santiago de Compostela custa 900 milhões de euros e o corredor entre Valladolid, Burgos e Vitória, orçado em 361 milhões de euros. Nos acessos a Portugal, prossegue a construção da linha de alta velocidade entre Madrid e Badajoz, para a qual estão previstos 205 milhões de euros até ao fim de 2015 e a linha desde a Coruña até à fronteira portuguesa minhota, estimada em 124 milhões de euros.
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Entre os investimentos de maior vulto encontra-se o corredor norte de acesso à Galiza, cuja linha entre Medina del Campo, Ourense e Santiago de Compostela custa 900 milhões de euros e o corredor entre Valladolid, Burgos e Vitória, orçado em 361 milhões de euros. Nos acessos a Portugal, prossegue a construção da linha de alta velocidade entre Madrid e Badajoz, para a qual estão previstos 205 milhões de euros até ao fim de 2015 e a linha desde a Coruña até à fronteira portuguesa minhota, estimada em 124 milhões de euros.
Quanto a material circulante, novas linhas exigem novos comboios. E por isso o Governo espanhol anunciou para o primeiro trimestre de 2015 a compra de 40 equipamentos de alta velocidade, dez dos quais aptos a circular em linhas com bitola europeia e bitola ibérica (em Espanha coexistem os dois tipos de distância entre carris). Este investimento rondará, pelo menos, 480 milhões de euros.
Em Outubro, à margem de um encontro de ministros de Transportes do Mediterrâneo que se realizou em Lisboa, a ministra espanhola de Fomento, Ana Pastor, disse que aumentou o orçamento para dar um novo impulso às obras do AVE (Alta Velocidad Española) para Badajoz. E, apesar de Portugal ter desistido da linha de alta velocidade, referiu, citada pela agência EFE, que o Governo português “se comprometeu a seguir em frente com esses trabalhos”. A ministra referia-se à vontade portuguesa de, mesmo sem comboios de alta velocidade, criar uma nova linha directa entre Madrid e Lisboa, embora na parte portuguesa esta se destine essencialmente ao transporte de mercadorias.
A norte, a ligação entre Porto e Vigo aguarda a electrificação dos cinco quilómetros de linha galega entre Guilharei e Tui para os quais Ana Pastor já deu o seu aval, tendo referido que aguarda agora que o Governo português electrifique os 70 quilómetros que separam Nine de Valença. A ministra, porém, esqueceu-se de falar da modernização do principal acesso ferroviário a Portugal: a electrificação do troço entre Salamanca e Vilar Formoso, com o qual Espanha se comprometeu na cimeira ibérica da Figueira da Foz em 2013 e cujas obras deveriam ter ficado concluídas em 2008.
Low cost sobre carris
Comercialmente, a Renfe, a congénere da portuguesa CP, dispôs-se a democratizar o acesso à alta velocidade através de bilhetes mais baratos, alguns a menos de 20 euros, criando um AVE low cost, sem serviço de bar e com mais assentos por carruagem. Um serviço mais próximo da aviação, sem os requintes clássicos das viagens de comboio, mas que permite reduzir despesas de operação e aumentar a procura graças a tarifas mais baratas.
Ao contrário da Espanha e da Alemanha, onde a alta velocidade sempre esteve associada a um produto moderno e caro, França sempre encarou o seu TGV não como um comboio de luxo, mas apenas como um comboio mais rápido. A Renfe segue agora as pisadas da sua congénere SNCF.