Presidente da comissão instaladora do banco de fomento quer deixar instituição

Paulo de Azevedo não explicou as razões para querer sair.

Foto
Pires de Lima convidou Paulo de Azevedo para continuar no banco depois do arranque Vitor Cid/arquivo

Em declarações à agência Lusa, o gestor disse que já manifestou mais do que uma vez "a indisponibilidade para fazer parte dos órgãos sociais da Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD)", conhecida como banco de fomento, recusando-se a comentar a experiência à frente da comissão instaladora, bem como as razões que o levam a querer sair.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Em declarações à agência Lusa, o gestor disse que já manifestou mais do que uma vez "a indisponibilidade para fazer parte dos órgãos sociais da Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD)", conhecida como banco de fomento, recusando-se a comentar a experiência à frente da comissão instaladora, bem como as razões que o levam a querer sair.

"Nesta fase não queria dizer mais nada", declarou, adiantando apenas que "a comissão instaladora cessa imediatamente funções com a nomeação dos órgãos sociais da IFD, que tem todas as autorizações para a sociedade ser constituída e para a nomeação dos respectivos órgãos sociais".

Em Fevereiro, o ministro da Economia, António Pires de Lima, disse, em entrevista ao Jornal de Negócios e à Rádio Renascença, que tinha feito o convite a Paulo de Azevedo para ficar no banco de fomento depois de a instituição estar operacional.

A comissão instaladora do IFD é liderada pelo antigo director geral do Millennium Investment Banking Paulo de Azevedo Pereira da Silva e tem como vogais Carla Chousal, ex-administradora da RTP e do BPI, e Nuno Miguel Soares, que também integrou a direcção do BCP.

A Comissão Europeia aprovou na terça-feira a criação de uma Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD) em Portugal, por considerar que este banco de fomento permitirá melhorar o acesso das PME ao financiamento, sem violar as regras comunitárias da concorrência.

O executivo comunitário decidiu conceder esta aprovação até 31 de Dezembro de 2020, por entender que "o mercado de financiamento das PME e, em especial, o âmbito das falhas de mercado podem evoluir", e admite desde já prorrogar este prazo, na sequência de uma nova avaliação.

Bruxelas recorda que foi notificada em agosto de 2014 pelas autoridades portuguesas sobre a intenção de criação da IFD, financiada pelo Estado português e pelos fundos europeus estruturais e de investimento (FEEI), com o objectivo de assegurar a gestão de fundos de participação ou fundos especializados e facultar às PME acesso ao financiamento numa base de co-investimento com investidores privados.
"A IFD irá gerir e canalizar os fundos europeus estruturais e de investimento (FEEI) atribuídos a Portugal para o período de financiamento de 2014-2020, bem como os reembolsos dos programas financiados pelos FEEI", nota Bruxelas.

O executivo comunitário aponta ainda que "Portugal comprometeu-se a notificar a Comissão de qualquer nova injecção de capital na IFD para efeitos do controlo dos auxílios estatais", e refere que a presente decisão "não abrange quaisquer outras atividades que possam vir a ser confiadas à IFD e que terão de ser comunicadas à Comissão para efeitos de aprovação".

A nova instituição pública de crédito terá um capital inicial próximo dos 100 milhões de euros e pretende potenciar uma capitalização de 10 mil milhões de euros.