Não há cá futebol na “Aldeia do Rugby”

Na Moita, a única aldeia com râguebi federado na Península Ibérica, os jovens da terra procuram carregar o Moita Rugby Clube da Bairrada (MRCB) à I Divisão

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A cerca de 30 quilómetros da cidade de Aveiro, na freguesia da Moita, quatro ou cinco miúdos decidiram fundar um clube de râguebi há quase 40 anos. Hoje, a aldeia é a única com râguebi federado em toda a Península Ibérica. Um “marco bastante importante” como destaca Rui Rodrigues, director técnico do Moita Rugby Clube da Bairrada (MRCB). “Apesar dos praticantes não serem todos da Moita mas sim do concelho, termos cerca de 140 atletas, quando a nossa aldeia tem 600 habitantes. É algo de muito relevante”.

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A cerca de 30 quilómetros da cidade de Aveiro, na freguesia da Moita, quatro ou cinco miúdos decidiram fundar um clube de râguebi há quase 40 anos. Hoje, a aldeia é a única com râguebi federado em toda a Península Ibérica. Um “marco bastante importante” como destaca Rui Rodrigues, director técnico do Moita Rugby Clube da Bairrada (MRCB). “Apesar dos praticantes não serem todos da Moita mas sim do concelho, termos cerca de 140 atletas, quando a nossa aldeia tem 600 habitantes. É algo de muito relevante”.

Rui Rodrigues foi um dos vários jovens da “Aldeia do Râguebi” que começou na modalidade desde muito cedo. Fez parte da formação moitense e aos 15 anos rumou para a Académica. Em 2009, regressou ao clube da terra para desempenhar as actuais funções. “Aqui sem dúvida que se respira o râguebi, não há outro desporto. Existe uma equipa de futebol feminino numa aldeia próxima mas, na Moita, é só mesmo o râguebi”, explica ao P3 Râguebi.

Apesar da oferta desportiva no concelho aveirense da Anadia ir do futebol ao ciclismo, passando pelo judo e pelo basquetebol, é o râguebi a modalidade que exalta o maior fanatismo dos moitenses. “Por vezes até tenho algum receio e não gosto muito do clima tão “futebolês” que aparece nos nossos jogos”, confessa Rui Rodrigues. “Os clubes que nos visitam parecem nunca gostar muito de cá vir por causa deste ambiente”, explica, destacando que são situações “pontuais” entre as 200 a 300 pessoas que, em média, assistem aos encontros. “É uma cultura que temos vindo a melhorar. Temos distribuído alguns panfletos de divulgação dos comportamentos dos adeptos e, brevemente, vamos colocar umas placas com três ou quatro regras básicas do adepto do râguebi”.

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O Moita Rugby Clube da Bairrada conta nas suas fileiras com atletas dos 5 aos 70 anos e se os seniores, a militar na II Divisão, “nunca conseguiram atingir um resultado de enorme relevo”, os mais novos fazem a equipa sonhar com um futuro risonho. “O clube começou a trabalhar fortemente na formação em 2009 e, desde então, acabamos por ganhar o Campeonato Nacional II Divisão de Sub-18”, recorda Rui Rodrigues.

Os atletas que têm subido para os seniores “têm acrescentado bastante valor” e formam a “equipa base” do jovem plantel do MRCB. “Penso que marcamos pela diferença. O trabalho de formação que estamos a realizar mais nenhum clube da II Divisão está a conseguir fazer. Neste momento, só mesmo nós temos uma equipa Sub-18 na primeira divisão e isso, num futuro próximo, poderá ser muito vantajoso”, prossegue o director técnico.

Por enquanto, os objectivos a curto prazo são claros: “aumentar o número de atletas, conseguir colocar mais jogadores nas selecções nacionais e, sobretudo, subir com a equipa sénior à I Divisão”.

Nas últimas duas temporadas, o clube moitense ficou “a um passo” da fase final de promoção mas o arranque da nova época começa a deixar os moitenses a sonharem: três jogos, três vitórias, frente à Universidade de Aveiro e à Agrária de Coimbra, para o campeonato e Taça de Portugal.