Quercus denuncia problema ambiental em aviário de Tomar, autarquia desconhece

Resíduos, dejectos e cadáveres de galinhas estão a ser abandonados num terreno atrás das instalações do aviário, diz a associação.

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Nas aves, a estirpe H6N1 é comum NICOLAS ASFOURI/AFP

"A deposição a céu aberto de grandes quantidades de resíduos provenientes da exploração do aviário do Marmeleiro está a contaminar terras e águas, constituindo uma ameaça à saúde pública, com a proliferação de moscas na localidade", disse à agência Lusa Domingos Patacho, membro do Núcleo Regional do Ribatejo e Estremadura da Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza.

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"A deposição a céu aberto de grandes quantidades de resíduos provenientes da exploração do aviário do Marmeleiro está a contaminar terras e águas, constituindo uma ameaça à saúde pública, com a proliferação de moscas na localidade", disse à agência Lusa Domingos Patacho, membro do Núcleo Regional do Ribatejo e Estremadura da Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza.

Contactada pela agência Lusa, a presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas (PS), afirmou "não ter conhecimento" do alegado problema ambiental, "nem de denúncias" relativas ao mesmo, tendo garantido que a autarquia vai actuar através dos respectivos serviços municipais.

"Não tendo conhecimento dessa alegada situação, vou enviar uma equipa ao local para se inteirar do que se passa e actuar depois em conformidade e de acordo com as competências autárquicas", assegurou.

O dirigente da Quercus, contudo, diz que o “problema e as denúncias não são de agora, têm mais de um mês, e as autoridades ainda não nos responderam formalmente nem actuaram em conformidade com a necessidade de remoção e regularização da situação".

Segundo precisou o ambientalista, "os resíduos e subprodutos constituídos por dejectos e cadáveres de galinhas estão a ser abandonados num terreno atrás das instalações do aviário, sem qualquer impermeabilização, contaminando os solos e colocando em risco a qualidade das águas".

Domingos Patacho disse ainda que os resíduos são depositados em "grandes montes" e que "apresentam milhares de larvas de mosca no início do outono, o que contribuiu para os maus cheiros e para a grande proliferação de moscas, colocando em causa a saúde pública e a qualidade de vida das populações".

O ambientalista disse ainda que a Quercus, "dada a gravidade da situação", solicitou a intervenção da autoridade licenciadora, a DRAP-LVT - Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo, assim como da Direção Geral de Alimentação e Veterinária, da Inspecção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, do SEPNA da GNR, da Câmara Municipal de Tomar e da Delegada de Saúde de Tomar.