Reabilitação do antigo Hospital do Desterro está parada e sem data para avançar

Empresa responsável pelas obras aguarda respostas "fundamentais" da Estamo, mas garante que o projecto "continua em desenvolvimento". Previsão inicial apontava para a inauguração no final do ano passado.

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Hospital lisboeta foi desactivado em 2006 Carlos Lopes/Arquivo

A Câmara de Lisboa, a Estamo (empresa que gere património imobiliário do Estado) e a Mainside (empresa promotora da Lx Factory, em Alcântara) assinaram em Maio de 2013 um protocolo, "tendo em vista a reabilitação e reutilização do Hospital do Desterro", que passará a ser um "território experimental aberto ao mundo".

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A Câmara de Lisboa, a Estamo (empresa que gere património imobiliário do Estado) e a Mainside (empresa promotora da Lx Factory, em Alcântara) assinaram em Maio de 2013 um protocolo, "tendo em vista a reabilitação e reutilização do Hospital do Desterro", que passará a ser um "território experimental aberto ao mundo".

Em Novembro passado, fonte da Mainside disse à Lusa que as obras deveriam estar terminadas antes do Verão deste ano – em Maio tinha dito ao PÚBLICO que a inauguração do espaço poderia acontecer no final do ano. O edifício foi já alvo de limpezas e de algumas demolições, mas entretanto os trabalhos pararam. A empresa está agora a "aguardar respostas por parte da entidade proprietária do espaço, a Estamo, para dar continuidade aos trabalhos de obra". "Respostas [que são] fundamentais para o normal andamento do processo", acrescentou a empresa, em resposta escrita à Lusa.

"No que respeita a prazos, no momento não conseguimos dar uma indicação de datas concretas", informou. A empresa garantiu que o projecto "continua em desenvolvimento" e que, "apesar do compasso de espera dos trabalhos de obra, o conceito tem evoluído e está cada vez mais forte e coerente".

Em 2013, "foi realizado um conjunto de obras enquadradas numa primeira fase de trabalhos que visavam uma limpeza do espaço e algumas demolições de elementos que não faziam parte do edifício original do Mosteiro de Nossa Senhora do Desterro, nomeadamente acrescentos sem valor patrimonial resultantes das necessidades de uso hospitalar", acrescentou.

Em Maio do ano passado, o presidente da Mainside revelou que o investimento para a primeira fase era de um milhão de euros. "Depois avaliaremos a segunda fase", disse na altura José Carvalho, referindo, ainda, que a concessão daquele espaço é de dez anos e que poderá ser prolongada.

O Hospital do Desterro, antigo convento, foi uma unidade de referência nas áreas da urologia e dermatologia, até ser desactivado em 2006. O edifício foi vendido à Estamo por 9,24 milhões de euros. Através do protocolo assinado com aquela empresa e a Câmara de Lisboa, a Mainside propôs transformá-lo num “território experimental aberto ao mundo”, numa "grande escola, um campus de conhecimento", virado para os lisboetas e para quem visita a capital.

Tal como o PÚBLICO noticiou em Maio de 2013, será possível “habitar e trabalhar numa cela (no sentido figurado, já que as antigas celas do convento deram lugar a quartos de hospital)”. Os visitantes poderão também cultivar uma horta urbana, frequentar um clube de discussão, almoçar num refeitório comunitário ou assistir a aulas ou workshops, “entre muitas outras experiências desenvolvidas por várias empresas e organizações”, segundo uma nota da autarquia.