Projecto de pipocas nos cinemas com milho português
Com certificação de qualidade, o projecto tem também uma vertente ambiental. Existe uma redução de 40 a 60% da pegada de carbono
As 214 salas de cinema da NOS Lusomundo em Portugal e as que a empresa tem em Moçambique vão começar a vender pipocas feitas com milho português, um projecto-piloto que pode crescer para o mercado externo.
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As 214 salas de cinema da NOS Lusomundo em Portugal e as que a empresa tem em Moçambique vão começar a vender pipocas feitas com milho português, um projecto-piloto que pode crescer para o mercado externo.
Numa apresentação feita nas instalações da Agromais, Entreposto Comercial Agrícola, em Riachos, Torres Novas, e em campos de milho no concelho vizinho da Golegã, a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, realçou o caráter "emblemático" de uma iniciativa que visa um nicho de mercado mas que ajuda a reduzir as importações e que pode futuramente crescer para exportar.
Com um projecto iniciado há três anos, os produtores associados da Agromais atingiram este ano, pela primeira vez, uma produção de cerca de 400 toneladas de milho para pipocas que vão abastecer os cinemas da Lusomundo ao longo do ano de 2015.
Jorge Neves, director-geral da Agromais, referiu o potencial de crescimento do projecto que, para já, representa apenas 0,5% da área de milho gerida pela associação, mas que "acrescenta valor" para os produtores. "As produções são muitíssimo mais baixas porque é um milho mais frágil, com uma produção muito menor, mas com uma mais-valia muito maior, porque é um produto mais valorizado", disse, sublinhando que "a vantagem principal é a estabilidade do mercado", porque não "está dependente de grandes flutuações, quer de quantidades quer de preços".
Luís Mota, administrador da NOS Cinemas, afirmou que o desafio foi lançado aos produtores portugueses dada a volatilidade dos preços no mercado internacional e a baixa qualidade, assegurando que três anos de investigação conjunta permitiram a obtenção de uma pipoca "estaladiça, saudável e fresca", aprovada pelos clientes que a testaram.
Com certificação de qualidade, o projecto tem também uma vertente ambiental, tendo Rui Almeida, da Consulai, Consultadoria Agroindustrial, referido que as medições feitas permitiram concluir que existe uma redução de 40 a 60% da pegada de carbono com este processo.
Assunção Cristas destacou o trabalho de investigação e inovação desenvolvido neste projeto, que contou com apoios do Proder, afirmando que esta vertente será "muito importante" no âmbito dos próximos fundos comunitários. Destacando o contributo do projecto para a diminuição das importações, a ministra afirmou que os últimos números do Instituto Nacional de Estatística mostram que as importações no setor agroalimentar diminuíram 5,1% enquanto as exportações cresceram 3,3%.