Mais um membro do clã Pujol acusado de branqueamento de dinheiro e fraude fiscal

Oleguer Pujol foi detido enquanto as suas casas e os seus escritórios foram alvo de buscas.

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A polícia apreendeu documentos na casa de Oleguer Pujol QUIQUE GARCIA/AFP

Oleguer Pujol, de 42 anos, e o seu sócio Luis Iglesias dispunham de aplicações no seu telemóvel que lhes permitiam apagar o conteúdo dos computadores à distância, enviando o que lá estava para um servidor para a “nuvem” (servidores remotos na Internet), diz o El País. Por isso foram detidos e a polícia fez também buscas na empresa que fornecia este serviço.

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Oleguer Pujol, de 42 anos, e o seu sócio Luis Iglesias dispunham de aplicações no seu telemóvel que lhes permitiam apagar o conteúdo dos computadores à distância, enviando o que lá estava para um servidor para a “nuvem” (servidores remotos na Internet), diz o El País. Por isso foram detidos e a polícia fez também buscas na empresa que fornecia este serviço.

As autoridades procuravam documentos relativos aos investimentos realizados pelo filho mais novo do ex-presidente da Generalitat, mas também dinheiro – por isso foram usados nas buscas cães treinados para procurar notas. A operação foi desencadeada porque as autoridades anticorrupção aceitaram uma denúncia relativa à compra de um hotel nas Canárias por oito milhões de euros, feita por dois novos partidos – o Podemos e o Guanyem Barcelona, um movimento impulsionado por Ada Colau, porta-voz da Plataforma de Afectados pela Hipoteca.

O mais jovem dos Pujol fez a compra com dinheiro de origem desconhecida, proveniente de uma sociedade das Ilhas Virgens – um conhecido paraíso fiscal, o que faz suspeitar que se trate de lavagem de dinheiro. Mas a esta nova denúncia junta-se ainda a investigação de uma série de compras mais antigas, feitas em 2008: as de 1152 dependências do Banco Santander, 105 da Caja Madrid e das três sedes históricas do Grupo Prisa, em Madrid e Barcelona.

Oleguer Pujol fez estas operações através de uma rede de múltiplas sociedades participadas e fundos sediados em paraísos fiscais, como as Ilhas Virgens, Jersey, Guernsey, Antilhas Holandesas e Luxemburgo, embora controladas pelo grupo Drago Capital.

Só os negócios de 2008, quando tinha 35 anos e colocou a morada da casa de seu pai nos contratos de compra e venda, representaram uma operação superior a 2000 milhões de euros, feita por uma empresa chamada Samos Servicios Generales, que tinha sido constituída apenas um mês antes e que não tinha um único funcionário, explica o El Mundo, que desde 2013 investiga o caso.

Neste momento, paira uma enorme suspeita sobre a família de Jordi Pujol, que em Julho confessou não ter declarado durante 34 anos uma herança em dinheiro que o seu pai lhe deixou, depositada em Andorra. O político independentista de 84 anos assegura que tudo foi regularizado nos últimos tempos e que não tem outros fundos depositados no estrangeiro, embora se multipliquem os indícios em contrário.

Jordi Pujol Ferrusola, o filho mais velho de Jordi Pujol, também está a ser visado pela justiça por branqueamento e fraude fiscal. Foi denunciado por uma ex-namorada, que revelou que ele levava vários maços de notas de 500 euros para Andorra. Efectuou 118 movimentos bancários, entre 2004 e 2012, que somam 32,4 milhões de euros. Movimentou o dinheiro entre 13 países, vários deles considerados paraísos fiscais.

Um terceiro filho – são sete, ao todo –,  Oriol Pujol, que era visto como o sucessor do actual presidente da Generalitat da Catalunha, Artur Mas, foi identificado num relatório da Agência Tributária de ser “colaborador essencial” de uma trama para viciar concursos para empresas de inspecção de veículos. Foi acusado e renunciou ao seu lugar de deputado no parlamento regional.