“A filantropia é sempre uma gota de água no oceano, mas se adicionarmos ao acto filantrópico um reforço da capacidade de transformação dos seus destinatários, então estaremos a introduzir um elemento de sustentabilidade” nos projectos, afirmou o presidente da REN, Rui Vilar, na sessão de entrega de prémios. A iniciativa, lançada no ano passado, teve como área de actuação a criação de emprego e foram distinguidos projectos que visam reforçar as competências dos seus destinatários e aumentar a sua capacidade de integração no mercado de trabalho.

“A filantropia é sempre uma gota de água no oceano, mas se adicionarmos ao acto filantrópico um reforço da capacidade de transformação dos seus destinatários, então estaremos a introduzir um elemento de sustentabilidade” nos projectos, afirmou o presidente da REN, Rui Vilar, na sessão de entrega de prémios. A iniciativa, lançada no ano passado, teve como área de actuação a criação de emprego e foram distinguidos projectos que visam reforçar as competências dos seus destinatários e aumentar a sua capacidade de integração no mercado de trabalho.

Nesse sentido foi também introduzida na avaliação das propostas aquilo a que se chamou uma componente geracional, pelo facto de o desemprego se tratar de um problema que afecta particularmente os jovens e os desempregados de longa duração, habitualmente pessoas com mais idade e menos qualificações. Os projectos vencedores ganharam prémios de 30 mil, 15 mil e cinco mil euros, respectivamente.

O vencedor, o projecto Gericuidar, do Serviço Jesuíta aos Refugiados (SJR) de Lisboa, promove a integração socioprofissional de cerca de 50 mulheres migrantes na área dos cuidados a idosos. O Gericular procura dar “formação especializada a estas mulheres que as tornem distintivas” na área do cuidado a idosos, disse o responsável do projecto, André Costa Jorge. O responsável salientou também que se trata de uma resposta combinada à necessidade de criação de saídas profissionais para estas mulheres e ao crescimento das solicitações na área do apoio aos seniores.

É também nesta área que se desenvolve o projecto Maiatas, da Santa Casa da Misericórdia da Maia (SCMM). Um projecto que, como explicou a provedora da SCMM, Maria Lurdes Maia, passa pela criação de emprego para mulheres desempregadas de longa duração. Trata-se de lhes atribuir competências (e dar-lhes certificação) para que possam desempenhar diversos tipos de cuidados domiciliários a idosos, “de uma forma mais próxima e mais humana”. O projecto estima empregar 12 mulheres e beneficiar cerca de 40 idosos.

Já o terceiro classificado, o projecto Ferreira Empreende, pretende “fixar jovens no interior”, incentivando-os a criarem o seu próprio emprego. O projecto é uma parceria entre a cooperativa de solidariedade social Esdime e a Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo e prevê estágios para jovens no Ninho de Empresas de Ferreira do Alentejo. “Não vendemos a ilusão” de que é fácil a criação do próprio negócio, disse o coordenador do projecto, David Marques. O objectivo é dar um “contributo para a criação de actividade [económica] e promoção de uma nova atitude de iniciativa e empreendedorismo” entre os jovens, acrescentou.

Para 2015, o tema a concurso no AGIR será o “Envelhecimento Activo Rejuvenesce o País”. Na primeira edição, o AGIR (em que a REN tem como parceiro técnico na apreciação das candidaturas e acompanhamento dos projectos a Bolsa de Valores Sociais) recebeu um total de 135 candidaturas, mas na próxima edição Rui Vilar espera “ver muitas mais”, porque é importante que os bons projectos possam servir de exemplo e ser replicados.