Novos rótulos digitais em vigor em Dezembro
Consumidores vão poder aceder online a pelo menos 12 informações diferentes sobre os produtos que compram.
Na prática, a leitura do código de barras com o smartphone vai permitir aceder automaticamente a uma plataforma onde estão disponíveis não só os dados básicos, como o nome do alimento ou a lista de ingredientes, mas também informações sobre o nome da empresa e a morada do produtor, o país concreto de origem (e não apenas “União Europeia” como agora sucede em alguns artigos) ou dados nutricionais.
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Na prática, a leitura do código de barras com o smartphone vai permitir aceder automaticamente a uma plataforma onde estão disponíveis não só os dados básicos, como o nome do alimento ou a lista de ingredientes, mas também informações sobre o nome da empresa e a morada do produtor, o país concreto de origem (e não apenas “União Europeia” como agora sucede em alguns artigos) ou dados nutricionais.
Ao mesmo tempo, o consumidor poderá inserir o número do código de barra na página electrónica do retalhista, do fornecedor ou em plataformas como a SYNC (http://syncpt.gs1pt.org) da GS1, entidade que introduziu em Portugal os códigos de barras.
Além da informação para o consumidor, passam a estar também desmaterializados dados que interessam aos produtores e distribuidores, ligados, por exemplo, à operação logística. O regulamento aplica-se aos alimentos embalados, a produtos a granel e às refeições confeccionadas.
Jacques Reber, director-geral da Nestlé em Portugal, sublinha que a multinacional suíça já coloca nos rótulos informações como a ausência de glúten ou a origem das matérias-primas. “Não é possível ter toda a informação num etiqueta, mas o código de barras é um canal muito importante para comunicar com o consumidor”, disse, nesta quarta-feira, durante uma conferência da GS1 sobre os rótulos digitais.
Joaquim Candeias, director comercial do Intermarché, lembra que os clientes estão cada vez mais exigentes e, ao contrário do que antes sucedia, hoje já há quem faça perguntas concretas sobre as menções legais dos rótulos em pleno supermercado. Por seu lado, Luís Moutinho, presidente executivo da Sonae MC (dono do Continente e do mesmo grupo do PÚBLICO), sublinha que os clientes querem cada vez mais informação. “Temos de perceber que o cliente quer mais do um rótulo. Quer compreender e aceder à informação”, disse, dando como exemplo os “aspectos nutricionais” ou a origem dos produtos.
Rolando Borges Martins, membro do conselho de administração da Sogrape, acredita que a concentração, numa única plataforma, de toda a informação sobre os produtos é uma vantagem. Mas nesta equação falta ainda a "terceira perna": o consumidor. Para já, o que está em causa é a mera disponibilização de conteúdos. Falta o resto. "O consumidor terá de ter capacidade de interagir na plataforma. Tendo apenas a informação no rótulo é passivo. Um dia, o consumidor fará directamente uma pergunta e terá a resposta", ilustra.
Os maiores desafios para as empresas é o "alinhamento internacional", já que, como sublinhou Ronald den Elzen, presidente executivo da Sociedade Central de Cervejas, é preciso sincronizar toda a informação.