Jovens agricultores portugueses querem exportar para a China
A China, em particular, salientou Ricardo Brito Pais, "é um mercado novo" e os agricultores portugueses precisam "sobretudo de procurar novos mercados"
A Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP), com cerca de 13 mil associados, e a GlobalCoop, cooperativa que nasceu no seio desta organização, participam este ano pela primeira vez na Feira Internacional de Macau (MIF) com o objetivo de abrir caminho às exportações de produtos portugueses para a China, nomeadamente de azeite e vinho.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A Associação dos Jovens Agricultores de Portugal (AJAP), com cerca de 13 mil associados, e a GlobalCoop, cooperativa que nasceu no seio desta organização, participam este ano pela primeira vez na Feira Internacional de Macau (MIF) com o objetivo de abrir caminho às exportações de produtos portugueses para a China, nomeadamente de azeite e vinho.
"Estamos na feira com um stand e, para além da parte comercial da associação, temos uma amostra de vinhos, azeites e queijos" de pequenos e médios agricultores portugueses sem marca própria e comercializados pela GlobalCoop, disse ao Plataforma Macau o presidente da AJAP, Ricardo Brito Pais.
A presença da associação e da GlobalCoop na Feira Internacional de Macau surge na sequência de eventos organizados em Portugal pelo Fórum Macau e pela Universidade Católica de Lisboa, nos quais marcaram presença há alguns meses. Ricardo Brito Pais disse ter conhecimento do plano de criação em Macau de um centro de distribuição de produtos alimentares da lusofonia e que a sua vinda à MIF pretende explorar esta oportunidade. "Se for possível, teríamos todo o interesse em fazer parte deste projeto", sublinhou, constatando que "Macau pode ser para os países de língua portuguesa uma ponte muito importante para a China".
Durante o certame no território e visitas posteriores à China, a AJAP e a GlobalCoop planeiam "visitar algumas explorações de agricultores e realizar contactos para perceber a possibilidade de agricultores portugueses poderem chegar ao mercado chinês". "Pensamos que o Fórum Macau tem aí um papel importante e vamos ter alguns encontros", apontou o dirigente associativo.
A cooperativa, criada há cerca de três anos para ajudar a escoar os produtos dos associados da AJAP, "ainda não tem negócios com a China", acrescentou, mas a associação tem membros que "andam à procura deste mercado, pois a Ásia está com um potencial grande, nomeadamente nos azeites e vinhos" e, por isso, quer estabelecer em Macau "algumas relações para poder depois ajudar" os agricultores nesse fim. A China, em particular, salientou Ricardo Brito Pais, "é um mercado novo" e os agricultores portugueses precisam "sobretudo de procurar novos mercados".
Apesar de constatar que Portugal "não é um país que consegue ser muito competitivo, porque não tem muita quantidade", o presidente da AJAP defende que "tem, porém, uma qualidade grande" a nível dos produtos agroalimentares ao realçar que o mercado chinês "está também à procura dessa qualidade" e os agricultores portugueses devem explorar este potencial. Ricardo Brito Pais constata que "tem sido feito um grande trabalho de promoção dos produtos portugueses e que este é o setor das exportações que mais tem crescido, o que é fruto disso mesmo".
A AJAP, criada há 31 anos, representa os jovens agricultores em Portugal e a nível internacional, estando presente no Conselho Europeu de Jovens Agricultores, em Bruxelas.