Estado Islâmico recebe reforços na batalha por Kobani
Jihadistas crucificaram homem acusado de os filmar. Grupo que combate ao lado dos curdos executou dois prisioneiros, incluindo um com 15 anos.
Este ataque surge apesar da intensificação dos bombardeamentos aéreos contra os fundamentalistas da coligação liderada pelos Estados Unidos: entre sexta-feira e sábado, houve 15 raides na Síria e dez no Iraque contra o EI, incluindo dois que visaram jihadistas perto de Kobani e “destruíram as suas posições”, diz o Exército norte-americano.
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Este ataque surge apesar da intensificação dos bombardeamentos aéreos contra os fundamentalistas da coligação liderada pelos Estados Unidos: entre sexta-feira e sábado, houve 15 raides na Síria e dez no Iraque contra o EI, incluindo dois que visaram jihadistas perto de Kobani e “destruíram as suas posições”, diz o Exército norte-americano.
O EI aposta na conquista de Kobani, que lhe permitiria controlar uma vasta aérea contínua na fronteira turco-síria. Os jihadistas receberam “reforços em homens, munições e equipamentos” vindos da província de Alepo e de Raqa (bastião do grupo na Síria), diz o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, uma ONG com uma vasta de rede de activistas no terreno.
Os jihadistas acentuam ainda a pressão no posto fronteiriço a norte de Kobani (é nesta zona que a ONU diz estarem milhares de pessoas que fugiram da cidade e não chegaram a entrar na Turquia). Os curdos, quase todos membros do YPG (Unidades de Protecção do Povo), a milícia do PYD, partido que já governava várias zonas conquistadas a Bashar al-Assad, conseguiram impedir um ataque nocturno lançado do Leste de Kobani e visando precisamente a fronteira. Segundo o Observatório, 35 membros do EI morreram nos ataques aéreos de sexta-feira, enquanto três curdos morreram nestes combates.
Ao todo, mais de 100 ataques aéreos foram lançados desde o fim de Setembro só na zona de Kobani. A ONG síria disse entretanto que os raides na Síria mataram dez civis na madrugada deste sábado, sete em Deir Ezzor (no Leste) e três na província de Hassaka (Nordeste). O Comando Central dos EUA diz não ter provas “que corroborem a morte de civis”, mas que "existem processos para investigar cada alegação".
O EI já habituou os sírios e os iraquianos aos seus métodos bárbaros, executando muitas vezes dezenas de pessoas assim que entra numa localidade. Em Al-Bab, cidade da província de Alepo, o Observatório diz que o grupo executou e depois crucificou um homem acusado de filmar as suas instalações. “Abdallah al-Bushi. Crime: ter filmado posições do EI a 500 libras turcas [174 euros] por vídeo”. Do outro lado da barricada, a mesma ONG descreve como membros da Brigada Revolucionária de Raqa, que combatem ao lado dos curdos, executaram dois prisioneiros, incluindo um com 15 anos. Ambos foram mortos com um tiro na nuca e depois crivados de balas.