Nigéria anuncia acordo de cessar-fogo com islamistas do Boko Haram
Governo está “cautelosamente optimista”, mas diz que acordo negociado com radicais prevê libertação das mais de 200 alunas sequestradas em Abril no estado de Borno.
O anúncio foi feito em simultâneo pelo Estado-Maior do Exército e o secretário da presidência nigeriana, Hassan Tukur, segundo o qual o acordo surge após um mês de negociações secretas mediadas pelo Chade. “Eles garantiram-nos que têm as estudantes e que elas serão libertadas”, afirmou o responsável, dizendo estar “cautelosamente optimista”.
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O anúncio foi feito em simultâneo pelo Estado-Maior do Exército e o secretário da presidência nigeriana, Hassan Tukur, segundo o qual o acordo surge após um mês de negociações secretas mediadas pelo Chade. “Eles garantiram-nos que têm as estudantes e que elas serão libertadas”, afirmou o responsável, dizendo estar “cautelosamente optimista”.
Não foram revelados pormenores sobre o entendimento, que será finalizado numa reunião prevista para a próxima semana, e não é também claro se a trégua prevê um plano para o fim da violenta campanha de terror desencadeada em 2010 pelo Boko Haram e que só este ano já terá feito mais de dois mil mortos. O grupo fundamentalista diz lutar pela instauração de um Estado Islâmico no Norte da Nigéria, onde a população é maioritariamente muçulmana, regido por uma rigorosa interpretação da sharia – em língua haussa, Boko Haram significa literalmente “a educação ocidental é pecado”.
Para além das forças de segurança, ataca com frequência igrejas, escolas, rapta políticos e cidadãos estrangeiros. Mas o que maior repúdio gerou foi o sequestro, a 1 de Abril, de mais de 200 alunas de uma escola secundária de Chibok, no estado de Borno, sobretudo depois de o líder do grupo, Abubakar Shekau, ter ameaçado vendê-las como escravas. Vários países enviaram peritos militares para ajudar a localizar as estudantes, numa altura em que as famílias denunciavam a inacção das autoridades.
O Boko Haram não se pronunciou sobre o acordo, nem há garantias de que as negociações tenham o aval de Shekau, dadas as inúmeras facções existentes dentro do grupo. Abuja assegura, no entanto, que os islamistas se comprometeram quinta-feira com um cessar-fogo unilateral a que o Exército vai responder.