Diabetes e alimentação
Cerca de 12,7% da população portuguesa tem diabetes. Apesar desta prevalência, ainda há muitos mitos em torno desta condição, sobretudo em termos alimentares.
No organismo de qualquer pessoa, as células produzem energia utilizando glicose e oxigénio, sendo a insulina a hormona que permite a entrada da glicose nas células. Numa pessoa sem diabetes, a insulina é produzida por células específicas do pâncreas e em quantidade suficiente para manter a glicémia (concentração de açúcar no sangue) dentro de uma gama de valores. Uma pessoa com Diabetes Tipo 1 (DT1) não consegue produzir insulina, uma vez que estas células foram destruídas pelo próprio sistema imunológico (doença auto-imune). Este tipo de diabetes não pode ser prevenido e aparece normalmente em crianças e jovens, sendo necessária a administração de insulina, normalmente através de múltiplas injecções diárias. Uma pessoa com Diabetes Tipo 2 (DT2) produz pouca insulina ou a insulina produzida não é eficaz. Este tipo de diabetes tende a surgir associado a maus hábitos alimentares, sedentarismo e excesso de peso, pelo que pode ser prevenido. O tratamento é, também, muito diferente da DT1: o início de prática desportiva e uma dieta saudável podem ser suficientes para manter a glicémia controlada, podendo ser auxiliada por medicação oral. Em alguns casos pode ainda ser necessária a administração de insulina, sem que isto signifique uma maior gravidade da saúde da pessoa. A DT2 aparece geralmente em pessoas com idade superior a 50 anos, embora o diagnóstico em crianças esteja a tornar-se mais comum. Este tipo de diabetes representa cerca de 90% do mais de um milhão de casos de diabetes em Portugal, segundo os dados do Relatório do Observatório Nacional de Diabetes.
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No organismo de qualquer pessoa, as células produzem energia utilizando glicose e oxigénio, sendo a insulina a hormona que permite a entrada da glicose nas células. Numa pessoa sem diabetes, a insulina é produzida por células específicas do pâncreas e em quantidade suficiente para manter a glicémia (concentração de açúcar no sangue) dentro de uma gama de valores. Uma pessoa com Diabetes Tipo 1 (DT1) não consegue produzir insulina, uma vez que estas células foram destruídas pelo próprio sistema imunológico (doença auto-imune). Este tipo de diabetes não pode ser prevenido e aparece normalmente em crianças e jovens, sendo necessária a administração de insulina, normalmente através de múltiplas injecções diárias. Uma pessoa com Diabetes Tipo 2 (DT2) produz pouca insulina ou a insulina produzida não é eficaz. Este tipo de diabetes tende a surgir associado a maus hábitos alimentares, sedentarismo e excesso de peso, pelo que pode ser prevenido. O tratamento é, também, muito diferente da DT1: o início de prática desportiva e uma dieta saudável podem ser suficientes para manter a glicémia controlada, podendo ser auxiliada por medicação oral. Em alguns casos pode ainda ser necessária a administração de insulina, sem que isto signifique uma maior gravidade da saúde da pessoa. A DT2 aparece geralmente em pessoas com idade superior a 50 anos, embora o diagnóstico em crianças esteja a tornar-se mais comum. Este tipo de diabetes representa cerca de 90% do mais de um milhão de casos de diabetes em Portugal, segundo os dados do Relatório do Observatório Nacional de Diabetes.
Mas qual o tipo de alimentação que uma pessoa com diabetes pode/deve fazer? Tipicamente ouvimos falar de uma dieta restritiva, para que a glicémia não suba. Que não se pode comer “doces” e que apenas em último caso se vai tomar insulina. Estes são alguns dos mitos alimentares que devem ser desfeitos através das campanhas informativas que diversas instituições organizam em celebração do Dia Mundial da Alimentação, a 16 de Outubro.
Após o diagnóstico de diabetes, um dos principais aspectos do tratamento tem como base uma alimentação saudável, que pode ou não ser associada à perda de peso, em caso de excesso de peso ou obesidade. A alimentação indicada para uma pessoa com diabetes é a mesma que para uma pessoa sem diabetes: uma alimentação completa, variada e equilibrada, seguindo as orientações da roda dos alimentos e que pode ser consultada no site da Associação Portuguesa de Nutricionistas.
A dieta alimentar deve respeitar alguns aspectos fundamentais, entre ao quais o ajuste a cada pessoa: um jovem activo não terá a mesma dieta que uma pessoa idosa, nem que uma criança. Num caso de DT2 associado à obesidade, deverá seguir-se uma dieta mais rigorosa, com o objectivo de perder peso, o que irá melhorar o controlo da diabetes e evitar complicações mais graves no futuro. Um jovem saudável com DT1 deverá ter uma dieta mais livre e deve-lhe ser permitido cometer alguns excessos, tal como a qualquer outro jovem, desde que seja capaz de compensar os hidratos de carbono que ingere com a administração de insulina ou com prática desportiva. Contudo, deverá estar igualmente alerta de que o seu consumo frequente pode contribuir para o aumento do peso e para doenças cardiovasculares. Outros elementos importantes incluem o fraccionamento dos alimentos ao longo do dia (por exemplo em seis refeições diárias), evitando subidas e descidas repentinas e acentuadas da glicémia; ingestão de alimentos ricos em fibra, como o pão de centeio, os hortícolas e as leguminosas, que ajudam no controlo da glicémia e do apetite; planeamento das refeições com antecedência, dando preferência a refeições com menor composição de gordura e açúcares; e, por último, variar o mais possível os alimentos, tal como indica a nossa roda.
Mas uma alimentação cuidada é apenas um dos factores para uma vida saudável. Quer se tenha diabetes quer não, a prática desportiva regular é igualmente importante para manter um bom controlo do peso e da glicémia, prevenindo o aparecimento da DT2 e evitando as complicações de quem já tem diabetes. Quer seja através de programas desportivos promovidos localmente, quer seja procurando, individualmente, o desporto que nos dá mais prazer, todos devemos praticar um desporto de que gostemos e que nos mantenha sãos.
Sendo a definição de “saúde” da Organização Mundial da Saúde (OMS) “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças”, é importante informar e esclarecer a população sobre a relação entre diabetes e alimentação para que as pessoas com diabetes possam viver uma vida plena e feliz.
Presidente da Associação de Jovens Diabéticos de Portugal