Este quarto ao ar livre foi criado por arquitectos portugueses (e venceu prémio na Alemanha)
“The Hedonist” foi um dos 20 quartos escolhidos no concurso “Hotel Shabby Shabby”. Localizado nas margens do rio Necar, na Alemanha, este espaço explorou os lados “purista” e “pervertido” do hedonismo
Nuno Pimenta e Frederico Martins, dois arquitectos portuenses, desenharam e conceberam a ideia de “The Hedonist”, um dos projectos seleccionados numa competição internacional na Alemanha. O concurso consistia em escolher 20 quartos que, em conjunto, formariam um hotel temporário — o "Hotel Shabby Shabby" — destinado a acolher os visitantes e artistas do festival de Teatro der Welt, em Mannheim, na Alemanha.
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Nuno Pimenta e Frederico Martins, dois arquitectos portuenses, desenharam e conceberam a ideia de “The Hedonist”, um dos projectos seleccionados numa competição internacional na Alemanha. O concurso consistia em escolher 20 quartos que, em conjunto, formariam um hotel temporário — o "Hotel Shabby Shabby" — destinado a acolher os visitantes e artistas do festival de Teatro der Welt, em Mannheim, na Alemanha.
O objectivo passava por construir quartos de hotel diferentes dos habituais, a partir de materiais reciclados ou reutilizáveis e com um orçamento de apenas 250 euros. Os quartos construídos ficaram espalhados pelos principais locais da cidade de Mannheim e estiveram disponíveis durante o período em que decorreu o festival, entre 23 de Maio e 8 de Junho. Já as infraestruturas comuns do hotel foram instaladas no Teatro Nacional de Mannheim. No final do evento, os quartos foram desmantelados e todo o material foi devolvido para ser reutilizado em novas iniciativas.
Nuno e Frederico foram os únicos portugueses a participar no concurso e o quarto que desenharam foi um dos 20 escolhidos. Chama-se “The Hedonist”. Porquê? Nuno Pimenta explicou ao P3: “Achamos que esta ideia de hedonismo tem dois lados: tem aquele lado bastante purista, de desfrutar da vida, do prazer da vida; depois, tem uma definição totalmente subvertida e transformada, relacionada com o lado mais escuro do hedonismo”.
Daí as cores escolhidas: branco durante o dia, vermelho à noite. “As luzes vermelhas à noite poderiam tornar mais perversa o que seria esta ideia de hedonismo. [Queríamos] um quarto que se pudesse transformar, que da noite para o dia se pudesse transformar de algo completamente purista para algo um pouco mais pervertido”, esclarece. O projecto expõe, assim, as duas conotações do conceito de hedonismo: “Uma ligada ao prazer e felicidade da vida humana e outra relacionada com a busca egoísta de prazeres momentâneos”.
Esta dicotomia foi possível através da combinação de materiais transparentes e semi-translúcidos no exterior do quarto e da iluminação natural e artificial do interior. Paletes de madeira, escoras metálicas, vigas de madeira e cabos de aços são os principais elementos da estrutura do quarto.
Com cerca de 11 metros quadrados, “The Hedonist” localizou-se no Neckarspitze — local onde o rio Reno e Necar convergem, mais especificamente nas margens do rio Necar.
Texto editado por Andréia Azevedo Soares