DGS alerta que suspeitos de ébola não devem ir para hospital pelos próprios meios

Caso suspeito no Porto não se confirmou, disse ao PÚBLICO o director-geral da Saúde.

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Rui Farinha/NFactos

A mulher foi internada no domingo às primeiras horas da noite, revelou o hospital em comunicado, especificando que o doente estava "clinicamente estável". As amostras recolhidas permitiram efectuar análises, que nesta segunda-feira deram resultado negativo.

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A mulher foi internada no domingo às primeiras horas da noite, revelou o hospital em comunicado, especificando que o doente estava "clinicamente estável". As amostras recolhidas permitiram efectuar análises, que nesta segunda-feira deram resultado negativo.

Antes de serem conhecidos os resultados dos testes, a directora clínica do Hospital de S. João (Porto), Margarida Tavares, chamou a atenção para um problema que se pode revelar de grande importância em futuros casos suspeitos: a doente foi até ao hospital “pelo próprio pé”, depois de ter sido atendida num estabelecimento de saúde privado. 

“Em caso de dúvida, mesmo que vaga”, alertou Margarida Tavares à RTP, as pessoas com sintomas suspeitos devem contactar primeiro a Linha de Saúde 24 (808242424) para “poderem ser transportadas de forma segura até aos hospitais de referência". Em Portugal, há três hospitais preparados para receber casos suspeitos – além do S. João, no Porto, o Curry Cabral (adultos) e o D. Estefânia (pediatria), em Lisboa.

O director-geral da Saúde pediu também à população que faça um esforço e colabore, adoptando comportamentos seguros. "As pessoas devem, sempre que tenham alguma desconfiança, ligar primeiro para a linha Saúde 24 e não deslocar-se ao hospital", especificou.

"Há uma ansiedade colectiva que não é saudável. É preciso que a população reconheça que as autoridades de saúde estão atentas a este problema e que Portugal dispõe de um plano que tem sido devidamente testado e que não entrem em pânico perante as notícias divulgadas", pediu.

A propósito do caso mais recente, Margarida Tavares assegurou que todo o pessoal hospitalar que atendeu a doente com sintomas suspeitos foi "identificado”, apesar de não ser sido colocado em “vigilância activa”, enquanto se aguardavam os resultados dos testes, feitos no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa). 

Em Portugal, até à data, o Insa já fez testes relativamente a outros quatro casos suspeitos, em Agosto, em Setembro e outro este mês. Todos se revelaram negativos (três tinham malária e um febre tifóide).

Este último caso de suspeita no S. João foi conhecido numa altura em que a DGS está a rever as orientações dirigidas aos profissionais de saúde para enfrentar eventuais casos suspeitos de infecção por vírus de ébola, depois de na última sexta-feira ter actualizado os procedimentos de segurança na colheita, manipulação e transporte das amostras de sangue.