Partidos da oposição na Câmara de Lisboa criticam a não execução do plano de drenagem
O presidente da concelhia de Lisboa do PSD Mauro Xavier disse à agência Lusa que vai “propor, em sede de assembleia municipal, à comissão eventual para apurar responsabilidades nesta matéria”.
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O presidente da concelhia de Lisboa do PSD Mauro Xavier disse à agência Lusa que vai “propor, em sede de assembleia municipal, à comissão eventual para apurar responsabilidades nesta matéria”.
“Nós não entendemos que a limpeza e a higiene urbana seja uma matéria de esquerda ou de direita, mas sim uma matéria de competência, e neste caso a Câmara de Lisboa tem sido claramente incompetente”, afirmou, referindo-se à falta de limpeza das sarjetas.
Para o vereador Mauro Xavier, entre as medidas que deviam ser colocadas em prática para resolver o problema das inundações encontra-se “o plano de drenagem da cidade, que permitirá escoar a água, e a limpeza de sarjetas no tempo do verão”.
“É importantíssimo implementar este plano de drenagem da cidade, que há sete anos que está na gaveta e que António Costa tem, mas não o implementa”, referiu.
Segundo António Prôa, vereador do PSD na Câmara de Lisboa, nas inundações desta segunda-feira “a maré estava longe de estar cheia (…), o aviso laranja foi anunciado com antecedência, (…) e, por isso, não é possível atribuir as culpas nem à maré nem aos meteorologistas".
"Desta vez já ninguém acredita que estes fenómenos são pontuais”, declarou.
De acordo com o vereador do CDS-PP João Gonçalves Pereira, as inundações de hoje “só vêm justificar a prioridade que é a execução de um plano de drenagem na cidade de Lisboa, que está apenas dependente daquilo que é uma decisão meramente política”.
“Os 153 milhões de euros que são necessários para esta intervenção devem ser utilizados de uma forma faseada (…), o que a Câmara diz é que o município neste momento não tem esse valor para poder avançar com o plano de drenagem, mas é um falso argumento”, referiu.
O vereador do PCP Carlos Moura referiu que a situação de inundações na cidade de Lisboa “é particularmente grave”, uma vez que “existe desde 2008 uma plano de drenagem para a capital e que nada justifica que estes anos todos nada tenha sido posto em prática”.
“É verdade que é um plano bastante oneroso em termos de custos, mas em termos de custo/benefício é favorável à cidade e aos munícipes. Há medidas que são necessárias colocar em prática, pelo menos, as medidas mais urgentes do plano de drenagem de Lisboa, como a criação das bacias de retenção”, afirmou.
A chuva intensa que caiu nesta segunda-feira, entre as 14h e as 15h, na capital causou diversas inundações em vários pontos da cidade.
Segundo a página de Internet do Regimento dos Sapadores Bombeiros (RSB), foram registadas inundações em Benfica, São Domingos de Benfica, Olivais e Misericórdia, Parque das Nações, Estrela, Alvalade, Santa Clara, Campolide, Ajuda e Santo António.
Os túneis do Campo Grande, o túnel da Avenida João XXI e a Calçada de Carriche foram cortados ao trânsito durante a tarde, devido à acumulação de água na sequência da chuva intensa que se fez sentir durante a tarde de hoje, disse fonte policial à agência Lusa, num situação que ficou resolvida cerca de duas horas depois.