Bicicletas à moda do Porto
O Porto não é dos melhores locais para se andar de bicicleta? Há lojas, oficinas e outros pequenos negócios que mostram que o investimento nesta cidade é maior do que parece à primeira
O Porto está-se a tornar cada vez mais num local onde a bicicleta ganha notoriedade. Com factores como a crise e até mesmo as preocupações com a saúde e boa forma, a bicicleta está a popularizar-se cada vez mais como meio de transporte. O P3 apresenta-te alguns exemplos de negócios nesta cidade que avançam sobre duas rodas.
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O Porto está-se a tornar cada vez mais num local onde a bicicleta ganha notoriedade. Com factores como a crise e até mesmo as preocupações com a saúde e boa forma, a bicicleta está a popularizar-se cada vez mais como meio de transporte. O P3 apresenta-te alguns exemplos de negócios nesta cidade que avançam sobre duas rodas.
L&L (Lopes & Lopinhos)
No Largo de São Domingos, num edifício com uma pequena varanda enfeitada com balões, flores e uma bicicleta está sediada a L&L (Lopes & Lopinhos). Este negócio recente surgiu quando Emanuel Lopes e a sua irmã resolveram ir por esse caminho, arranjando o espaço que o próprio encara como sendo “uma vantagem geográfica”. Apesar de o negócio ser ainda relativamente recente, as pessoas já começam progressivamente a conhecer e a interessar-se pelos serviços apresentados. Está neste momento a decorrer uma campanha Outono-Inverno, na qual por cada duas bicicletas ou horas alugadas é oferecida uma outra bicicleta. Emanuel referiu ainda que aquilo que tem para oferecer aos seus clientes é “simplicidade”.
Banco de Bicicletas
O Banco de Bicicletas surgiu em 2012, quando Miguel Angel Tomas começou a recolher bicicletas abandonadas com o cunhado para as restaurar em casa. Apanhando o gosto pelo restauro, Miguel criou um projecto de empreendedorismo social que se debruça sobre uma mobilidade urbana que visa “dar vida nova a bicicletas velhas”. Os serviços de aluguer têm sido aproveitados na sua maioria por estudantes e por turistas; além desse serviço os interessados podem ainda doar uma bicicleta, ou algumas peças ainda utilizáveis. A popularidade deste negócio para Miguel tem sido “muito maior do que esperava”.
Sub 954
Aproveitamos para revisitar a Sub 954, criada por Tiago Pereira que se dedica à recuperação e personalização de bicicletas clássicas. Apesar de nesta loja não existir serviço de aluguer, Tiago contou-nos que costuma receber colecionadores, estudantes de ERASMUS, pessoas interessadas em restaurar as suas bicicletas, turistas e, curiosamente, fotógrafos. A Sub 954, já referida no P3, gfoi ganhando alguma popularidade. “Temos uma componente muito difícil de encontrar: a aposta no antigo” declarou Tiago, referindo-se a peças antigas já datadas dos anos 70 e 80, apesar de a loja também ter peças novas.
Fold N Visit
No que toca a visitas guiadas e passeios turísticos sobre duas rodas ou sobre dois pés, a Fold N Visit tem uma oferta desse género que apela aos turistas mais aventureiros estejam interessados em conhecer a cidade do Porto em pedalada. O proprietário Sérgio Marques, que também já foi entrevistado pelo P3, fez uma viagem em pedais até Santiago de Compostela, sentindo-se inspirado a criar um novo projeto relacionado com esta experiência. Assim surgiu este negócio de venda e aluguer de bicicletas, que ao mesmo tempo oferece aos interessados uma gama de passeios turísticos para quem quer conhecer o Porto (por via pedestre ou com bicicleta). “Estamos agora a implementar nestes últimos meses circuitos para outras cidades do país, nomeadamente Braga, Guimarães, Viana do Castelo, Aveiro e Santiago de Compustela”, enumerou João Ribeiro, que nos recebeu na loja.
Urban Cycle Café
Sabias que existe um “bike café” no Porto? O P3 aproveitou para lá voltar. O conceito começou como sendo um ideia de Pedro Pacheco e Daniela Macedo ambos detentores de uma admiração pelo ciclismo urbano. E assim, perto do Mercado do Bom Sucesso, abriu no ano passado o Urban Cycle Café, o primeiro “bike-café” no Porto, fundado pela Easy Cycle que tem em exposição bicicletas de várias marcas. Além do serviço de bar e cafetaria, este espaço tem ainda uma oficina que presta serviços de fabrico, restauro, reparação e aluguer de bicicletas. “O conceito é diferente e as pessoas vêm ter connosco por isso” explicou-nos Abílio, que naquele dia estava no atendimento, referindo-nos ainda que as pessoas interessam-se cada vez mais pelo café devido à “publicidade boca-a-boca”.
Contra Relógio
No que toca a serviço de estafetas, existe na Invicta a Contra Relógio, um serviço de estafetas surgido em Fevereiro de 2013, pela mão de Renato Guedes, que entrega documentos e outros tipos de encomendas recorrendo, precisamente, ao uso da bicicleta. Renato revelou-nos que 90% dos clientes da Contra Relógio se tratam de empresas, embora também receba particulares. Apesar disso, existem limitações no que toca ao peso: as encomendas poderão ir apenas até aos 10kg, embora estejam a ser estudados novos métodos para dar a volta a esse problema. A Contra Relógio enquanto organização preocupa-se com o âmbito social e ambiental relativo ao uso de bicicletas: na semana passada, em parceria com a Câmara de Matosinhos organizaram a Pedalada Ecológica que consistiu num passeio aberto aos interessados.
DouroBike
A DouroBike, localizada na Foz do Douro, é uma das lojas de bicicletas mais famosas do Porto, dedicada a fabricar produtos dedicados à Mobilidade Urbana. Este negócio salta à vista não só pelas marcas com que trabalham, provenientes da Alemanha, Holanda, Dinamarca, mas também pelas suas bicicletas urbanas e eléctricas (e não só). “O facto de em 2008/2009 termos sidos das primeiras lojas em Portugal a trabalhar o conceito ciclismo urbano, isso dá-nos credibilidade. A exclusividade de artigos que encontra é também uma mais-valia. Algumas das marcas que temos são produtos únicos na Península Ibérica. O que faz a Dourobike ser muito solicitada até mesmo fora de Portugal.” Explicaram-nos Steffen e Nuno, proprietários da DouroBike.
Velo Culture
Em Matosinhos, onde o terreno é mais plano comparado com a baixa da cidade do Porto, existe a Velo Culture cujo ambiente se dedica extensivamente a estes transportes de duas rodas. Este negócio, também já referido no P3, abriu em 2012, graças aos esforços combinados de Miguel Barbot, Sérgio Moura e Hugo “Boinga” Cardoso. Além de fabricarem bicicletas de cidade e de viagem, a Velo Culture tem serviço de oficina e aconselhamento geral para quem tiver dúvidas relacionadas com bicicletas. Hugo referiu-nos ainda que o negócio tem à sua disposição um vasto stock de materiais económicos para bicicletas.
Texto editado por Luís Octávio Costa
Notícia actualizada em 9/10/14 às 11h15 — A primeira frase do texto foi alterada.