Entre 17 de Setembro e 3 de Outubro, o presidente da câmara e alguns vereadores percorreram as freguesias do concelho, com o objectivo de “ouvir as opiniões e sugestões dos munícipes” sobre aquelas que deveriam ser as prioridades da autarquia em 2015. Estas sessões pretendiam também, como se dizia no comunicado de divulgação da iniciativa, “dar a conhecer a real situação financeira do município, bem como os constrangimentos existentes à gestão municipal”.

Entre 17 de Setembro e 3 de Outubro, o presidente da câmara e alguns vereadores percorreram as freguesias do concelho, com o objectivo de “ouvir as opiniões e sugestões dos munícipes” sobre aquelas que deveriam ser as prioridades da autarquia em 2015. Estas sessões pretendiam também, como se dizia no comunicado de divulgação da iniciativa, “dar a conhecer a real situação financeira do município, bem como os constrangimentos existentes à gestão municipal”.

Em declarações ao PÚBLICO, Bernardino Soares diz que as salas em que se realizaram os debates estiveram sempre “compostas” e destaca que neles marcaram presença “muitas pessoas” que, não estando directamente envolvidas na elaboração do orçamento, quiseram aproveitar esta oportunidade para ficar a conhecer os seus aspectos fundamentais e pronunciar-se sobre eles.

O autarca comunista acrescenta que com esta iniciativa, que se segue a um conjunto de sessões de esclarecimento sobre a revisão do Plano Director Municipal que teve lugar no início do ano, se pretende introduzir “uma regularidade de discussão com a população” do concelho.

Investir no parque escolar, intervir na melhoria do espaço público (em múltiplas vertentes, como os jardins, os passeios, a limpeza urbana e a iluminação pública), desenvolver a política cultural e melhorar o atendimento aos munícipes e a comunicação da actividade do município são algumas das prioridades que o executivo delineou para 2015. Segundo Bernardino Soares, o ciclo de debate agora concluído permitiu perceber que boa parte da população partilha da ideia de que deve haver uma aposta clara em algumas dessas áreas, nomeadamente nas escolas e no espaço público.

O autarca diz que a discussão feita permitiu também chegar à conclusão que os habitantes de Loures dão particular importância ao estado de conservação da rede viária. “Esta é uma preocupação acentuada, que está extremamente presente nas pessoas e que temos de fazer reflectir no orçamento”, afirma Bernardino Soares, apontando este como um dos exemplos que demonstram que as sessões públicas vão ter um resultado prático.

Quanto à situação financeira, o presidente da câmara diz que esta “continua muito complicada”, destacando a esse respeito o “peso muitíssimo grande” que têm as dívidas de curto prazo do município, herdadas de mandatos anteriores. Bernardino Soares lembra também que o concelho se vem confrontando com uma “sucessiva diminuição das receitas”, nomeadamente ao nível das transferências do Orçamento do Estado, do IMI, do IMT e da Derrama, e que no próximo ano será preciso reservar 625 mil euros para o Fundo de Apoio Municipal.  

Reconhecendo que face a essas condicionantes o investimento a realizar pelo município em 2015 não será aquele que desejaria, Bernardino Soares antecipa que “o grande investimento” será na construção de uma biblioteca em Sacavém, orçada em cerca de 1,2 milhões de euros.  

A discussão do orçamento para o próximo ano deverá ter lugar na sessão camarária de 29 de Outubro.